Na Era do Espírito

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Capítulo X

Os Poetas Cearenses


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Chico Xavier

“Em uma de nossas reuniões públicas tivemos a satisfação da companhia de alguns amigos cearenses. Compartilharam da nossa visita habitual de sábado à noite a vários lares e conversamos animadamente sobre as lutas que todos estamos atravessando na vida prática. Dificuldades de adaptação ao trabalhe, necessidade de compreensão das realidades do Espírito; provas no campo afetivo e imperativos de renovação íntima.

Na fase terminal de nossa reunião, isto é, ao término das visitas empreendidas, O Evangelho Segundo o Espiritismo () nos ofereceu para estudo os itens 3 e 4 do capítulo XXV “Buscai e achareis”. E depois dos comentários feitos, não apenas um comunicante, mas vários nos trouxeram em trovas as opiniões do Mundo Espiritual. Dois dos amigos cearenses declararam que todos os poetas comunicantes são conhecidos e residiram no Estado do Ceará.”


Na grande escola da vida,

Que Deus formou para o bem,

Não há nota por engano

Nem férias para ninguém.

Tibúrcio de Freitas

Aceita com paciência

A provação que te alcança,

Ninguém se aperfeiçoaria

Se não houvesse mudança.

Antônio Bezerra

Sábia sentença da vida

Que serve em qualquer lugar:

Derrota não é fraqueza,

Fraqueza é desanimar.

Almeida Braga

Se caíste, ergue-te, anda,

Corrige-te e serve; em suma,

Unicamente não erra

Quem nunca faz coisa alguma.

Adolfo Caminha

Perfeição? Notei-a clara

Numa lição de fazenda:

A cana só faz açúcar

Apertada na moenda.

Valdemiro Cavalcanti

Conselho dos Altos Céus

Que todos entenderão:

Sem amor ninguém consegue

A própria libertação.

Carlos 5ítor

Quem educa, em se educando

Não abraça fantasia.

Quem guia não se embriaga,

Quem se embriaga não guia.

João Paiva

Duas classes de pessoas

Que não encontram a paz:

Uma sabe e não ensina,

A outra ensina e não faz.

José Carvalho

Um lembrete de valor

Para os tropeços que levas:

Trabalho aplaina caminho,

Amor elimina as trevas.

Lopes Filho

Recordemos, caro amigo,

Nos problemas teus e meus:

Deus ajuda a quem trabalha,

Quem trabalha serve a Deus.

Luís Sá


Irmão Saulo

Quando lemos em O Livro dos Espíritos () o capítulo referente à lei do trabalho, compreendemos que ele não nos foi imposto como castigo, mas como necessidade. O mesmo nos diz O Evangelho Segundo o Espiritismo () nos trechos mencionados por Chico Xavier. Necessitamos do trabalho para o desenvolvimento de nossas potencialidades vitais e espirituais. É trabalhando que modificamos o mundo e é pelo trabalho que o mundo nos modifica. Essa reciprocidade de ação e reação constitui a dialética da evolução humana. O trabalho, portanto, não é castigo, não é condenação — é necessidade vital do homem e constitui para todos nós um imperativo do progresso.

Os dez poetas cearenses, que transmitiram suas trovas através da mediunidade de Chico Xavier, não estão mais na vida física. São espíritos, mas como espíritos continuam a trabalhar. Porque, como Jesus ensinou e podemos vê-lo no Evangelho, nem mesmo Deus jamais parou de trabalhar. Os poetas trabalharam suas trovas, trabalharam para transmiti-las e o médium trabalhou para recebê-las. A seguir, houve o trabalho de datilografia, a remessa pelo correio, a carta de Chico a respeito, este comentário, a composição linotípica, a revisão de provas, a impressão e outros esforços subsequentes.

Trabalho que começou no Plano espiritual e veio expandir-se nas atividades terrenas, no Plano material. Trabalho que desceu do Céu para auxiliar o homem na Terra . Temos assim a teoria e a prática, o ensino e a demonstração. A morte não nos exime do esforço de evolução, das atividades necessárias ao nosso progresso. Quem espera da morte o eterno descanso terá grande surpresa ao passar para a vida espiritual. Porque ali não encontrará o repouso inútil, mas a atividade produtiva.

As trovas dos poetas cearenses nos mostram, numa sequência didática, vários aspectos do trabalho, a começar da escola sem férias que é a vida, passando pela necessidade das mudanças que hoje tanto nos aturdem, mostrando a importância da coragem na luta, do erro que nos corrige e assim por diante. A provação é resumida na imagem da cana apertada na moenda. E no final temos a explicação das relações do trabalho entre o homem e Deus. Dez trovas, dez sínteses, porque a trova é a arte de dizer o máximo com o mínimo de palavras.



Francisco Cândido Xavier


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