No Mundo de Chico Xavier (Especial)
Versão para cópiaSeis questões com Chico Xavier
Palavras de Chico a Isidoro Duarte Santos, sobre assuntos de maledicência, em torno da mediunidade:
— Estávamos, certa vez, sob chuvas de observações e eu pedi ao Espírito de Emmanuel: “que fazer! dizem tanto mal…” e ele respondeu: “Olha, a boca do mal na Terra é como a boca da noite. Ninguém consegue fechá-la. Vamos trabalhar, trabalhar…”
Pergunta de J. Martins Peralva a Chico Xavier:
Resposta: Tivemos em Manoel Quintão, o nosso inesquecível amigo da Federação Espírita Brasileira, o apoio decisivo para o lançamento de “Parnaso de Além-Túmulo”, o primeiro livro de nossas modestas faculdades mediúnicas, em 1932. Desde o início de nossas atividades na seara espírita, encontrei nele um orientador, cuja dedicação não posso esquecer. De uma bondade infatigável e de uma paciência sem limites para comigo, Manoel Quintão foi para mim, desde o nosso primeiro contato, um mentor amigo e um guia paternal, que vive constantemente em meu culto pessoal de carinho e gratidão.
Quatro perguntas do Autor:
— Entrei para os serviços do Ministério da Agricultura, precisamente em 1933, conquanto trabalhasse nas horas que me sobravam do expediente na repartição, no armazém do Sr. José Felizardo Sobrinho, com quem servi na condição de caixeiro. Acontece que em 1932, ele fora acometido de uma trombose cerebral, que o deixou praticamente incapaz de atender às atividades comerciais. O armazém dele era muito pequeno e eu era o empregado único. Doente, não conseguiu o Sr. Felizardo Sobrinho movimentar os negócios que lhe diziam respeito e, em 1933, não mais pôde pagar-me os salários a que eu tinha direito e que eram, então, de sessenta mil réis por mês (seis centavos na moeda brasileira de hoje) e, em vista disso, conhecendo a minha situação, um generoso amigo, Fausto Joviano, conseguiu um lugar de serviço, em meu favor na ex 1nspetoria Regional do Serviço de Fomento da Produção Animal, em Pedro Leopoldo. Quando a reportagem de “O Globo” esteve por algum tempo, em Pedro Leopoldo, em 1935, reportagem essa da qual nasceu o livro “Palavras do Infinito”, eu recebia o Sr. Clementino de Alencar, representante do grande vespertino carioca, no armazém do Sr. José Felizardo Sobrinho, a quem continuei prestando serviço gratuitamente nas horas vagas. O armazém teve as suas atividades encerradas, a 30 de junho de 1935, pela impossibilidade em que se via o proprietário de pagar os impostos do segundo semestre daquele ano, motivo pelo qual somente a 1º de junho de 1935, me fixei de maneira definitiva nos serviços da repartição que mencionei.
— Não me recordo a data precisa. Lembro-me de que foi numa tarde de domingo, em 1931, durante uma pequena reunião de preces, ao ar livre, que eu costumava fazer, em companhia de duas senhoras, irmãs da seara espírita, D. Joaninha Gomes e D. Ornélia Gomes de Paula, num local de nome “Açude”, ao lado da linha da Estrada de Ferro Central do Brasil, em Pedro Leopoldo.
— Sempre encontrei entusiasmo e apoio na obra do livro mediúnico, em todas as autoridades da Casa de Ismael e dos Presidentes da Federação Espírita Brasileira, posso dizer que me relacionei profundamente com o Dr. Guillon Ribeira e Manoel Quintão, tendo conhecido igualmente Leopoldo Cirne, com quem mantive confortadora correspondência. Dos Presidentes da FEB, porém, com quem tenho tido maior, mais intenso e mais prolongado intercâmbio é o nosso caro Dr. Antônio Wantuil de Freitas, em cujo dinamismo e abnegação reconheço haver encontrado um verdadeiro apóstolo na Causa do Livro Espírita, não apenas desde 1943, quando foi eleito para a Presidência da FEB, mas desde 1932, quando nos conhecemos, através de correspondência. Lembro-me de que foi ele, Dr. Wantuil de Freitas que em 1932, depois do lançamento de “Parnaso de Além-Túmulo”, me escreveu, em nome de Vovó Virgínia, nobre entidade que o auxiliava em seu jornal “A Verdade”, que então era por ele editado no Rio, oferecendo-me dez livros espíritas que foram para mim um tesouro de conhecimentos novos, de vez que em 1932, a aquisição de livros, pelo menos para mim, era muito difícil e, às vezes, quase impossível ante as dificuldades da vida material.
— Emmanuel ensina-me que cada um de nós tem o seu próprio tipo de felicidade. Devemos, assim, acatar os caminhos uns dos outros. Quando nos capacitamos de que é preciso respeitar os companheiros e amigos como são, no que escolhem, naquilo que fazem, com quem passam a viver e onde estão, os problemas da inquietude por causa deles desaparecem, porque, em qualquer parte e como estejam, são sempre criaturas a quem estimamos, ainda mesmo quando a nossa convivência se faça transitoriamente difícil. Quanto ao mais, mesmo em nos referindo àqueles que se afastam de nós, descontentes conosco, em razão de pontos de vista desarmônicos, muito naturais nos que trabalham nas causas do espírito, por que aborrecer-nos, se temos a consciência tranquila? Emmanuel costuma afirmar-me que cada coração é um mundo por si e que se o próprio Senhor respeita o livre arbítrio de cada criatura, como agastar-nos com os amigos que se ausentam de nós, livres como todos somos perante Deus?
Da revista “Estudos Psíquicos”, de Setembro de 1965.
De “O Espírita Mineiro”, de Julho de 1967.
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