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CAPÍTULO 17

APELO DE IRMÃ

Minhas irmãs, reine conosco a luz do Divino Mestre.

A prece é um caminho de luz, garantindo o intercâmbio do Céu com a Terra.

Através de seus fios resplandecentes é possível alimentar a obra de amor que iniciamos no mundo, razão por que aqui me vedes, contente por fazer-me sentir no círculo de tão devotadas companheiras do Espiritismo Evangélico no Brasil.

Estimaria guardar os melhores valores literários para expressar a importância que hoje atribuo, mais que nunca, ao apostolado da mulher espírita-cristã na vida moderna.

Indubitavelmente, a luta humana assume ciclópicas proporções. É imprescindível contemplá-la, de mais alto, na posição em que presentemente me vejo, para aquilatar a magnitude dos problemas gigantescos, a reclamarem equações com o Cristo de Deus.

A ambição destrutiva, a indiferença religiosa, o egoísmo desvairado e a vaidade infeliz conspiram com tamanha intensidade, na face da Terra que, infelizmente, novos conflitos de sangue se anunciam próximos, quais pesados aguaceiros de lágrimas, que só o poder da prece, com serviço e amor poderá remover. É indispensável que a mulher cristianizada se disponha a maiores sacrifícios a fim de que o reerguimento terrestre se não faça tardar. Os homens poderão decidir a batalha, inspirados por destruidores gênios do mal que lhes insinuam o sinistro propósito de hegemonia, através da dominação contra os mais fracos, entretanto, no campo dos vencidos e dos vencedores, que sempre realizam permutas de lugar nos quadros transitórios da experiência, é invariavelmente a mulher a sacerdotisa devotada que reedifica o jardim da vida, com heroico silêncio. Por que não desdobrar a nossa capacidade de construir e de amar, improvisando a medicina preventiva do bem e da luz, em todas as direções? Para isso, contudo, é imperioso ceder de nós mesmas quotas mais elevadas de entendimento e perdão. Faz-se necessário nos levantemos, não na bandeira revolucionária, que em todos os climas reclama a violência e a discórdia, com os mesmos característicos de incompreensão e ruína, mas sim na intimidade do santuário doméstico, dentro do qual o espírito de sacrifício com Jesus constituir-nos-á a bênção de cada dia.

Não cremos em milagres que não se façam precedidos de intensa preparação no trabalho justo.

Não há frutos sem sementeiras adequadas. E se hoje sabemos que a vida não se extingue no sepulcro, prosseguindo, sem surpresas, além da morte, porque não converter as possibilidades evolutivas, que o mundo nos oferece, em recursos de sublimação? Permanecemos agora informadas de que o melhor para Deus é aquele que mais infinitamente concede de si mesmo a benefício do todo e que sem sacrifício não existe libertação, tanto quanto não há celeiro farto sem que a semente se confie à renúncia na cova escura e úmida.

Assim, pois, minhas irmãs, aproveitemos o Dia da Oportunidade. Vós outras, as que vos demorais no instrumento físico de que fomos alijadas, podereis edifica muito. Há crianças desamparadas, velhinhos ao abandono, mentes ignorantes e espíritos afastados da compreensão em toda parte.

Os homens, de quando a quando, combatem-se mutuamente com espadas, estabelecendo rios de sangue fratricida, no solo abençoado do Planeta, mas a mulher guerreira em silêncio, a vida inteira, exterminando a si mesma para que a vida prospere triunfante. Santifiquemo-nos nesse apostolado de renunciação e que o Senhor nos abençoe.


Aura Celeste




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