Novos Horizontes
Versão para cópiaMarcelo Moisés Casali
Jovial, alegre, cursava o 3° ano colegial no Colégio Magnum, Chácara Flora, em São Paulo.
Marcelo angariava a simpatia e o amor dos familiares pela simplicidade e respeito a eles dedicado.
Este jovem agradece, encoraja e incentiva a família a criar esperanças, solidificar a fé em Deus, carregar no orbe terreno o sentido obrigatório do amor, pois sem ele caminhamos em solo movediço podendo, a qualquer momento, sofrer as rupturas na cobrança do resgate.
“Tenho estudado aqui as surpresas do mundo e só possuímos a garantia da fé em Deus.”
Pensamento que simpatiza com a verdade e irradia a beleza da informação. A fé é a garantia que avaliza a presença condicional no quadro espiritual.
A vida compõe-se de mil e uma situações que inferem no ser a conquista pelos seus feitos. A busca constante pelo progresso espiritual beneficia aos que conseguem atingir, na maturidade, o senso da contribuição na escalada imposta pelo bem.
Marcelo compreendeu essa luta e pede à família querida, que colabore com ele confortando-se na fé em Deus, a fé que levou-o às suas meditações.
Provado está que ninguém perece em vida latente, atributo de Deus a formar a família Universal, completando os mundos seletos da Criação Superior, infinita bondade.
Mensagem: 12 de novembro de 1993.
Pais: Luiz Arnaldo Casali e Maria Cecília Moisés Casali.
Rua Nova York, 934 — Brooklin 04560-002 — São Paulo — SP.
Irmãs: Priscila Helena Moisés — Casali Mariana Moisés Casali.
Bisavós: Adelina de Jesus Cruz — materna (desencarnada) Antonieta Rosatti — paterna (desencarnada)
Amigo do Marcelo: Caio Telles
Vanina: Namorada de Caio
Marcelo Moisés Casali
Nascimento: 30 de janeiro de 1976
Desencarnação: 21 de abril de 1993
Querido papai Luiz e mãezinha Cecília, Jesus nos abençoe.
Estou com dificuldade para escrever, porque a verdade é que não me preparei para esta ocorrência. Compreendo que tudo exige preparo, adaptação, espera… Creio que também eu, conquanto permaneça muito bem amparado, estava ansioso — confesso — para endereçar-lhes algumas notícias. A saudade dos pais queridos e de nossa dupla querida Priscila e Mariana é ainda muito grande. Não podia manter qualquer expectativa, pois a morte do corpo físico não estava em minhas cogitações. Tudo foi rápido, instantâneo… Aliás, estava consciente de que a ausência dos pais queridos me criava uma grande responsabilidade. A responsabilidade sobre a vida e a tranquilidade de nossa querida Mariana. Vínhamos em marcha ativa, na Marginal, conversando sobre os fatos comuns da vida, quando o veículo deu uma forte guinada para fora da pista e ouvi apenas os gritos do Caio e da Vanina que estavam conosco, e esbarrei de cabeça inteira num poste ou numa pedra, não sei bem.
Senti que o acidente me marcara para morrer e com aflição desejei inutilmente falar aos companheiros de passeio, no intuito de evitar-lhes um choque tão violento como aquele que experimentara, mas qualquer manifestação de minha parte se me fazia impossível.
Numa faísca de tempo, lembrei-me dos pais queridos e das irmãs que confiavam tanto em mim, no entanto, era uma lembrança de último instante, porque o meu raciocínio se apagou, como se meu crânio fosse uma lâmpada repentinamente queimada.
Nada pude senão resignar-me e já que estava prestes a cerrar os meus olhos no desconhecido, ainda fiz um esforço gigantesco para me recordar de Deus, entretanto, incapaz de articular mentalmente qualquer oração. Sentia-me ainda sensível ao tato e notei que duas mãos me tocavam os cabelos. Quisera que a minha audição estivesse perfeita, mas mesmo descontrolado como a percebia, ouvi as palavras: “Meu filho, nós estamos com você.” Quem seria? De momento, não pude aperceber o sentido da voz suave que pronunciou aquelas palavras.
Notei que me transportaram do lugar do acidente para outro lugar, que eu não conseguia identificar, mas prossegui inerte, sem a mínima capacidade de reação.
As mãos de que tivera íntimas notícias através do tato, voltaram a me acariciar a cabeça dolorida e, em seguida, fui abençoado com um sono profundo do qual despertei numa outra paisagem, que com algumas horas percebi se tratar de uma Casa de Saúde.
Creio que foram dois os dias em que continuei apático e quase imóvel, entretanto, no terceiro dia, pela primeira vez naquela situação, vi com meus próprios olhos que uma senhora de face paciente e calma, que percebeu o meu despertamento, falou com serenidade e carinho, que me achava ali sob os cuidados de minha bisa Adelina e digo bisa porque foi ela própria que assim se identificou.
Então, por ela que usava muita prudência em me comunicar o acidente de que fora vítima, percebi que ela pedia, com humildade, conformação ante os Desígnios da Lei de Deus.
Perguntei pelos pais queridos que se achavam ausentes e ela me informou que o papai Luiz e a mãezinha já se achavam de volta e me haviam dispensado as melhores atenções nas tarefas de minha transferência para aquela organização hospitalar.
Somente pouco a pouco explicou-me que eu sofrera certa mudança, que não devia pensar em morte e sim em vida nova.
Os dias transcorreram com a minha ansiedade para voltar ao convívio da família, e decorrido algum tempo consegui ir em casa para chorar as minhas saudades, embora com uma forte vontade de pedir à mãezinha Cecília não se afligisse tanto.
Nesta luta pessoal estive até agora e aproveito o ensejo para rogar aos meus pais e irmãs, especialmente à minha querida mãezinha, para que me auxiliem, confortando-se na fé em Deus.
Peço à mãezinha Cecília não suponha que o acontecimento não se verificaria se ela e meu pai estivessem conosco, em nossa casa, e não em viagem. Não; querida mãe, a nossa união no lar não impediria o desastre.
Tenho estudado muito aqui as surpresas do mundo e só possuímos a garantia da fé em Deus.
Hoje sei que meus companheiros de excursão na estrada de Pinheiros estão fortes e livres de qualquer lesão, que eu não perdoaria a mim mesmo.
Rogo a meu pai Luiz coragem e resignação, pois a Lei de Deus não me permitiu mais tempo para as realizações que projetávamos. Ele, porém, graças a Deus está forte e bem disposto e com o apoio da mãezinha Cecília chegará a fazer tudo quanto sonhávamos.
Peço abraçarem por mim a Priscila e a Mariana e agradeçam às duas as preces e lembranças com que me beneficiam.
Sou um convalescente sadio, se posso assim dizer. Eu vou melhorando sempre mais com o desejo constante de fortalecer-me para colaborar com meu pai em nossas tarefas.
Vieram comigo duas bisavós muito queridas: Adelina e Antonieta. Perdoem-me se escrevi tanto, mas a saudade quando escrevemos para familiares queridos não se contenta com um simples bilhete.
Peço à mãezinha se fortifique com a sua paz e fortaleza de sempre.
E recebam os pais queridos, todo o amor do filho que lhes pertence, em nome de Deus, pelo coração.
Sempre carinhosamente,
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