Novos Horizontes

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Capítulo XII

Carlos Alberto dos Santos Dias

Este moço, em curta viagem, parando para jantar em restaurante à beira da estrada, não podia imaginar que logo mais adiante seu resgate o esperava para o acerto dos compromissos assumidos, levando-o de volta ao Plano Espiritual.

Interessante notar nas observações de Carlos Alberto, em sua carta, buscando contato com sua mãe, chamando-a carinhosamente pelo apelido familiar “Adade”.

Suas cartas foram enviadas em prosa e versos caracterizando uma apresentação “sui generis”.

Revela este moço preocupação com os irmãos que assumem passos na vida, consolidando as responsabilidades assumidas. Valoriza de forma contundente que “Os conselhos dos pais são a matéria mais importante da vida comunitária e é pena que fiquem encerrados a quatro paredes do Lar”.

Tenta mostrar sua veracidade da presença e a importância dos pais, responsabilizados no lar, em amparar com amor e discernimento aos que a Misericórdia de Deus os contempla com a estada terrena, a qual não sabemos aproveitar para reforço de experiência na vida em ascensão, relegada na visão displicente e aceita com pouco realismo.


Mensagens: 10 de janeiro de 1984, 18 de junho de 1984 e 20 de fevereiro de 1985.

Pais: Antero dos Santos Dias e Adelaide dos Santos Dias

Rua Cabembé, 53 — Tatuapé — CEP 03332-020 — São Paulo-SP.

Irmãos: Arnaldo dos Santos Dias — Antero dos Santos Dias Júnior (desencarnado) em acidente automobilístico em 1993.

Cunhada: Tânia Annunciato dos Santos Dias, esposa do seu irmão Arnaldo.

Amigos da família: Orlando e Álvaro, (cunhado de Orlando)


Carlos Alberto dos Santos Dias

Nascimento: 1 de abril de 1958

Desencarnação: 19 de junho de 1981


1ª Mensagem


Querido papai Antero, abençoe-me.

Estamos sentindo a falta da mãezinha Adade em nossa reunião e assinamos, de longe, o sentimento de pesar com que ela nos recorda. É que a mamãe queria ter vindo, no entanto, os problemas fizeram fila, impedindo-lhe a saída.

Papai, hoje não faço versos. Estou com as suas inquietações. O seu coração de obreiro do bem, tanto quanto a mamãe, sentem falta de um grupo em que estejam integrados, à maneira de certas peças na engrenagem da máquina.

E pergunto: por que não organizarem, ambos, um grupo em casa mesmo sob a inspiração do Evangelho? Um grupo em que a sua bondade e a bondade da mamãe se entrosem com os corações que vierem ao nosso encontro.

Mamãe sente a felicidade de auxiliar os outros e difundir plenamente o bem. Não se sente alegre nem animada para o serviço fora da equipe. Meditemos na possibilidade da formação de um grupo em casa e sigamos para a frente.

Quanto ao Dilé, é natural que o irmão se veja um tanto a sós, embora com os pais sempre queridos, sem a presença do Arnaldo que se casou e mudou logo, logo. Dilé está fazendo experiências e examinando o campo em que se fará um homem casado, igualmente, um dia. Deixemo-lo entregue a ele próprio.

Os conselhos dos pais são a matéria mais importante da vida comunitária e é pena que fiquem encerrados a quatro paredes do lar.

Por isso, é justo que o papai e a mãezinha Adade o preparem para o futuro através de bons diálogos, sem aspereza e sem azedume, e quanto ao mais vejamos o que deseja o querido irmão para organizar o comboio doméstico em que viajará pela vida.

E pensemos com as criaturas que confiam no Amparo Divino. Adotemos os Desígnios de Deus e o que será, será.

Será porque tenha de ser ou porque as nossas escolhas são as que se fizeram, e não outras. Tudo vai bem.

Saudamos ao amigo Orlando e comunicamos a ele que o irmão Álvaro tornará às notícias do coração, tão logo isso lhe faça possível.

E agora, papai Antero, boa noite que o tempo está correndo…

Muito grato à sua confiança e com muito carinho à mamãe Adade, receba o abraço do seu filho e companheiro de sempre,


Beto

2ª Mensagem


Querido papai Antero

Continuemos servindo.

O caminho é sempre lindo,

No campo do nosso afeto.

Saudades, tenho-as comigo,

De sua imensa bondade,

Do amor de mamãe Adade,

Que se fez a nossa luz.

Por isso, papai, receba

O meu abraço completo.

E da força de meu carinho,

Em nosso novo caminho,

Conserve em seu coração,

O coração de seu Beto.


Carlos Alberto



3ª Mensagem


Escute como sempre,

Querido papai Antero,

A sua saúde e paz

É tudo quanto mais quero.

Sei de sua inquietação,

Com a nossa mãezinha Adade,

Ficou doente e reclama,

Por motivo da saudade.

Perdeu-me num acidente,

De certo modo perdeu,

O irmão Arná que afinal,

Casou-se e foi como eu.

Ficou-lhe o filho Dilé,

Entretanto, a mãezinha

Já sabe que o filho

Não tem a crença que tinha.

Mamãe não pode entender

Nos pensamentos tão seus,

Que os filhos não são dos pais

E, sim, pertencem a Deus.

Não me alterei à vontade,

Veio a morte de roldão,

E retirou-me de casa

Sem nos dar satisfação.

Arná casou-se, de certo,

Atendendo à natureza,

E a Tânia, senhora dele,

Parece uma luz acesa.

Ambos se encontram na espera

Alegre de uma criança,

Que lhes reúne na vida,

Todo um mundo de esperança.

Que o Senhor não me pergunte

O sexo de quem virá,

Seja quem for que Deus nos mande

Uma bênção será.

Se é homem ou se é mulher

Não digo ao casal feliz

Porque não tenho nos olhos

A força do Raio “X”.

Quanto ao Dilé, como é claro

Na ansiedade verdadeira,

Está correndo no mundo

Procurando companheira.

Vejo a mãezinha querida

Costurando e costurando

E ao vê-la sofrer indago:

— Meu Deus, isto será até quando?

Sei que ela serve espontânea

Aos pobres necessitados,

Mas os pobres chegarão

Buscando-a por todo lado.

Mas fico preocupado

Ao vê-la triste e sozinha,

Precisamos dar um jeito

Em nossa boa mãezinha.

Sair de casa é preciso,

Distrair-se é obrigação.

Você, papai, dê um jeito

Em nossa situação.

Trabalhar, sim, é preciso,

Mas para isso ninguém

Deve ficar atolado

No imenso poço do Bem.

Além disso outras senhoras

Costuram de boa mente.

A fixação em mãezinha

Faz dela uma pessoa doente.

Converse com mãe Adade

Fale com ela e não tema.

Os dois a qualquer instante

Podem curtir um cinema.

Façam passeios ligeiros,

E, embora os preços de brasa,

Os dois juntos, quais dois noivos,

Amanheçam fora de casa.

Ante a boa consciência

Na obrigação que não cai,

Os dois precisam sair

E deixar do vai não vai.

Papai Antero, desculpe

Minha pobre opinião,

Mas tudo quanto lhe digo

É dito de coração.

Desejo-lhe com mamãe

As mais nobres alegrias,

É o que deseja seu filho


Carlos Alberto


Rubens S. Germinhasi


Beto
Francisco Cândido Xavier


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