Novos Horizontes
Versão para cópiaDialma Coltro
“Onde está o meu filho que não se acha conosco?” Expressão deixada em sua carta quando de sua consciente desencarnação, procura em suas lembranças a presença do filho que o precedera em 14.04.1983, em decorrência de acidente por arma de fogo.
Dialma Coltro, por enfarto do miocárdio, deixou a vida.
Comenta, com muito carinho, o valor da companheira que se fez bênção no instante em que o seu desconforto exigia a compreensão e o equilíbrio.
Valoriza a presença terrena na exaltação do lar, colocando-o como santuário sagrado. Respeitando em sua vida esse valor, desejava continuar no corpo físico e, nessa impossibilidade, recebe dos Amigos e Benfeitores Espirituais o socorro com as energias necessárias para compreender a sua nova situação. Entra em sono profundo e retoma gradativamente o controle, conseguindo conversar em padrões de normalidade.
Riqueza de informação, claramente nos faz observar que a vida continua com todos os detalhes vividos no plano terreno, esclarecendo ainda que a prece elevada de valores reais chega à origem, em favor de quem é lembrado.
Mensagem 6 de julho de 1989
Esposa: Júlia Pereira Coltro
Av. Paes de Barros, 1425 — CEP 03115-001 — São Paulo — SP.
Pais: Luigi Coltro (desencarnado) — Luigia Boarotto Coltro
Filhos: Luíza Cristina Coltro — Nidea Rita Coltro — Dialma Coltro Filho (desencarnado)
Dialma Coltro
Nascimento: 27 de setembro de 1927
Desencarnação: 20 de fevereiro de 1989
Querida Júlia, Deus nos abençoe e nos guarde a todos.
Afinal, acolhia-me em seu amor, a fim de deixar o corpo que trazia o coração prestes a parar.
Abraçando-a, tive a ideia de que poderia entregar-me ao colapso que me sondava, antes de chegar em casa.
Sentia-me aflito, como se algum poder invisível me sufocasse. Ao abraçar você um suave calor me reanimou de improviso, e consegui descansar.
Naquele instante não pude saber que eu estava sob o domínio da desencarnação. Deitei-me com o seu carinho a envolver-me e senti que na intimidade do peito, o órgão da vida parara de bater.
Repeti preces que sempre nos foram queridas e, sem esforço, comecei a ver Protetores que sempre conseguia vislumbrar, junto do nosso amigo Guedes, em nossas tarefas espirituais. Davam-me passes, falavam palavras de conforto, das quais somente escutava alguns fragmentos e, alguns deles me colocavam as mãos na cabeça, aliviando-me quanto às dores que eu registrava e, em seguida vi por cima de todos nós uma luz que parecia descer do teto sobre mim.
Essa luz me tomou o corpo todo e aos poucos me levantei.
Vendo-me de pé, fitei o meu corpo inerte e escutei as suas súplicas ardentes para que o seu velho ficasse. Eram muitos os companheiros que compartilhavam de nossas reuniões, a me sorrirem, até que um deles me convidou a segui-los para a recuperação de que estava necessitando.
Meu Deus, é muito difícil a desencarnação para quem se achava consciente, qual me via, embora me reconhecesse embriagado por energias que não me eram familiares. Encontrava-me, porém, ligado a você por laços fortes e, depois ao abraçar nossa Nidea chorei à maneira de uma criança…
As forças que me faltavam foram complementadas pela proteção dos companheiros que me aguardavam e consegui acompanhá-los.
— Onde está meu filho, que não se acha conosco? perguntei a um dos Protetores que respeito por meu chefe. E onde estão Luíza e o esposo? — O interpelado respondeu com gentileza: — Seu filho ignora por enquanto a sua desencarnação e os outros parentes estão aqui pelo coração.
Como se fosse um prisioneiro que recusasse a própria libertação, desejando continuar na cadeia física, expliquei que não queria sair de casa e que o lar para mim era um lugar sagrado e não um cárcere. Mas os amigos me permitiram voltar ao leito e aplicaram-me passes novamente, entrelaçando as mãos em torno de minha cabeça, e perdi a atitude de vigilância a que me confiara, passando ao sono de que tantas vezes ouvíamos falar em nossas reuniões, quando se comunicavam sofredores desencarnados.
Suponho que me demorei longo tempo naquele repouso obrigatório, até que pudesse conversar como eu precisava. Agora posso afirmar a vocês que estou bem, retomando gradativamente as minhas faculdades.
Agradeço a você e à nossa filhinha as lágrimas encharcadas de orações com que me lembraram, e peço a Deus por toda a família.
Para mim, a novidade mais confortadora é saber que você e a nossa menina estão de partida para a Itália, especialmente para abraçar minha mãe Luigia e distribuir as minhas lembranças com os nossos familiares.
Espero que fiquem contentes, Júlia, com a madre querida e Nidea com a Nona que as esperam de braços abertos.
Feliz viagem é o que lhes desejo. Lamento não estar fisicamente aí para ser parte da excursão, mas, por outro lado me consolo, reconhecendo que se eu estivesse aí, talvez não se falasse nisso, porque vocês sabem que eu vivi escravizado ao trabalho inadiável. No entanto irei com vocês e farei o possível para estar com o nosso pessoal e vocês, tantas vezes quanto se me faça possível.
Peço-lhes agradecerem ao Guedes e aos nosso companheiros de fé em Deus, quanto fizeram em meu benefício. Recebi amparo e orações de todos e estou ignorando como agradecer.
Não posso alongar-me porque outros deveres me esperam.
Lembro-me de nossa Hermínia e de nosso Antonio que considero também por meus pais e compreendo que ainda sou um obreiro muito pequeno, e peço a Deus pela saúde e paz de todos.
Filha querida, receba o carinhoso abraço do papai e você, querida Júlia, guarde sempre a certeza do amor imenso e do reconhecimento sem limites do seu esposo e companheiro, amigo e servidor.
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