O caminho oculto

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Capítulo V

No serviço paterno

Tocado de alegre expectativa, foi ao encontro do pai, nos serviços de horticultura.

Atravessou o grande milharal, contemplando as nuvens, cheio de curiosidade e esperança.

Eram justamente oito horas, quando avistou o genitor, ocupado em proteger os largos canteiros de tomates e ervilhas.

Parou admirado. O quadro de trabalho inspira desânimo às pessoas menos corajosas. A enxurrada trouxera dos morros próximos densa camada de imundície, ameaçando as hortaliças delicadas.

Fazia-se preciso manobrar a enxada, cuidadosamente, e movimentar pesados carrinhos de mão.

— Venha, Leonardo! — convidou o pai sorridente, enxugando o suor que lhe caía copiosamente do rosto.

Nosso rapazinho, no entanto, examinou as condições do serviço, naquela manhã, e concluiu que a cooperação seria difícil. Ficaria, por certo, todo enlameado. Sentiria cansaço.

O pai, homem valente e bem disposto, explicou, satisfeito:

— Esta é a boa terra que produz nosso pão.

“Sim — pensou o filho, consigo mesmo — o pão é excelente, mas a tarefa é enorme. Não seria melhor, escapulir?”

Sem demora, imaginou um pretexto para retirar-se.

— Hoje, papai — disse ele —, não posso ajudá-lo. Devo fazer muitos exercícios escolares.

O genitor não se aborreceu e aconselhou-o, sorrindo:

— Então, meu filho, não perca tempo. Volte para casa e estude.




Veneranda
Francisco Cândido Xavier


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