O caminho oculto
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No serviço paterno
Tocado de alegre expectativa, foi ao encontro do pai, nos serviços de horticultura.
Atravessou o grande milharal, contemplando as nuvens, cheio de curiosidade e esperança.
Eram justamente oito horas, quando avistou o genitor, ocupado em proteger os largos canteiros de tomates e ervilhas.
Parou admirado. O quadro de trabalho inspira desânimo às pessoas menos corajosas. A enxurrada trouxera dos morros próximos densa camada de imundície, ameaçando as hortaliças delicadas.
Fazia-se preciso manobrar a enxada, cuidadosamente, e movimentar pesados carrinhos de mão.
— Venha, Leonardo! — convidou o pai sorridente, enxugando o suor que lhe caía copiosamente do rosto.
Nosso rapazinho, no entanto, examinou as condições do serviço, naquela manhã, e concluiu que a cooperação seria difícil. Ficaria, por certo, todo enlameado. Sentiria cansaço.
O pai, homem valente e bem disposto, explicou, satisfeito:
— Esta é a boa terra que produz nosso pão.
“Sim — pensou o filho, consigo mesmo — o pão é excelente, mas a tarefa é enorme. Não seria melhor, escapulir?”
Sem demora, imaginou um pretexto para retirar-se.
— Hoje, papai — disse ele —, não posso ajudá-lo. Devo fazer muitos exercícios escolares.
O genitor não se aborreceu e aconselhou-o, sorrindo:
— Então, meu filho, não perca tempo. Volte para casa e estude.
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