O caminho oculto

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Capítulo VIII

A ave ferida

Prosseguia o menino na estrada, de volta a casa, e, depois de alguns passos, longe do curral, avistou uma ave ferida, incapaz de tornar ao voo.

Perverso caçador acertara-lhe o corpo frágil com um grão de chumbo.

A infeliz arrastava-se dificilmente, provocando piedade. As penas macias das asas mostravam rubros sinais de sangue.

Dirigiu a Leonardo um olhar de aflição e desalento, num apelo mudo de assistência e carinho.

Parecia dizer:

— “Tenho o ninho cheio de filhotes que me esperam!… saí, muito cedo, procurando alimento, mas fui visada por um homem mau, que me atingiu sem razão!… Ó bom menino! Ajuda-me, em nome de nosso Pai Celestial! Auxilia-me a regressar!… Tenho medo, muito medo!… Lembra-te de tua mamãe que não desejava separar-se de ti e compadece-te do meu coração angustiado de mãe ferida! Meus filhinhos abençoarão teu nome, cantaremos em tua janela com alegria e gratidão!”

O rapazinho, contudo, insensível ante aquela rogativa sem palavras, observou, rudemente:

— Ótima ocasião para a experiência do tiro ao alvo!…

Sem qualquer outra reflexão, apanhou uma pedra, a esmo, e, depois de mirar atentamente a cabeça arrepiada da ave infeliz, matou-a sem compaixão.




Veneranda
Francisco Cândido Xavier


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