OPÚSCULOS
Versão para cópiaOpúsculo 4
Meus filhos, quem faz o mal Tem o mal como lição. Vejamos o triste caso Do pequeno Timbolão. |
Uberaba, 11 de agosto de 1962.
PRIMEIRA PARTE
Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
IApesar de bem crescido, Forte, alegre e bonitão, Era peralta e perverso O menino Timbolão. IISaiu expulso da escola, Enchendo a mãe de amargor. Atirara cinco bombas Na mesa, do professor. IIIJunto à casa dos vizinhos Fazia sempre arruaças, Pondo fogo no jardim E apedrejando as vidraças. IVAbria malas e cofres Manejando velha pua, E até fincava alfinetes Nas mãos dos cegos na rua. VDona Custódia, a mãezinha, Lhe falava sempre assim: — Ah ! meu filho, seja bom! Tenha piedade de mim. VIMas o menino teimoso Pouco ligava aos conselhos. Depois de ouvir a mãezinha, Quebrava copos e espelhos. VIIUm dia, fez uma cobra Toda de arame e papel, Quebrando a perna doente Da pobre Dona 1sabel. VIIIMais tarde, pôs na cozinha Grande casca de banana, Tentando dar outra queda Na lavadeira Donana. IXMas o pequeno esqueceu E, indo ao tanque brincar, Escorregou de repente, Num tombo espetacular. XAos gritos de toda a casa, No barulho da aflição, Lá se vai, escada abaixo, O travesso Timbolão!… |
SEGUNDA PARTE
Médium: WALDO VIEIRA
IDona Custódia, chorando, Chega de passo cansado… Timbolão mais parecia Um boneco ensanguentado… IIPara limpar o nariz, Trouxeram enorme fronha O sangue corria em bica. A queda fora medonha. IIIGritava e chorava tanto, E parecia tão mal, Que foi conduzido à pressa Para o leito do hospital. IVO médico examinou, Demonstrando inquietação. Depois, falou muito aflito: — Coitado do Timbolão! VEle partira dois dentes, Estava de testa inchada, E tinha a perna direita Toda ferida e quebrada. VIEnvolvido de ataduras, De olhar triste e cara fina, Começou tomando soro E muita penicilina. VIIMas a perna piorava E era tanta a inflamação, Que o doutor, sem mais demora, Decidiu a operação. VIIITimbolão, atado à mesa, Gemia desesperado, Mas lembrando, sempre e sempre, Que ele mesmo era o culpado. IXTerminado o tratamento, Parecia novo em tudo, E abraçava a mamãezinha Com grande atenção no estudo. XInfelizmente, o menino, Por haver sido tão mau, Conquanto agora bonzinho, Ficou com perna de pau. |
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