Orvalho de Luz

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Capítulo XXII

Reencarnados


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Ontem — corsário afamado,

Matava sedento de ouro…

Hoje — menino enjeitado

A beira do ancoradouro.


Ontem — mulher de ilusão,

Mentiras e cabriolas…

Hoje — bendita prisão

De pratos e caçarolas.


Ontem — autor insensato,

Ganhando à custa do vício…

Hoje — doente sem tato,

Vivendo com sacrifício.


Ontem — tirano na praça,

Falava insincero em tudo…

Hoje — mendigo que passa,

Gaguejando, tartamudo.


Destino desventurado?!…

Nada disso, meu irmão,

Presente mostra o passado,

Bendita a reencarnação!…




Chiquito de Moraes
Francisco Cândido Xavier


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