Dois Maiores Amores, Os

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Capítulo XV

Confidência


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Porque me deste tanto amor, nunca pude saber.

Acordei em teus braços, à feição de ave doente, e disseste que eu era um anjo.

No berço, as mãos pequenas não me alcançavam a face, mas enxugavas as minhas lágrimas com os teus beijos.

Se algum detrito me atingisse, afirmavas que eu era uma flor e me banhavas o corpo em suave perfume.

Se eu chorasse, transformavas a voz em melodia, para que as tuas canções me embalassem o repouso.

Quando despontei na infância, destruindo-te os vasos ou rasgando-te as relíquias, ao invés de corrigir-me, proclamavas a minha inteligência.

Nos dias da juventude, ao ferir-te com o meu desmazelo e ingratidão, escondias a chaga e me apontavas como sendo a criatura melhor da Terra.

Nas horas de crise, se me convidavas à oração, atirava-te um gesto desdenhoso que recebias sorrindo.

Deste-me a vida e coloquei-te no centro da aflição.

Amaste-me muito mais que a ti mesma e te fitei com indiferença, quando te troquei pelo mundo vasto.

Mãe querida, volto hoje a ver-te. Cura minhas chagas com a tua bênção.

Compadece-te de mim que não encontrei com as ciências dos homens nenhuma riqueza que possa ser comparada aos tesouros de teu amor.

Abraça-me. Deixa que o teu coração pulse junto do meu para que me sinta novamente criança.

E se te posso pedir algo mais, ensina-me outra vez a pronunciar o nome de Deus.




Meimei
Francisco Cândido Xavier


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