Os filhos do Grande Rei
Versão para cópiaO uniforme
O ancião fez mais longa pausa diante dos meninos surpreendidos. Aproveitando o silêncio, a pequena Dolores indagou timidamente:
— Vovô Cipião, e Jesus contou se os príncipes foram para a escola?
— Sim — respondeu o velhinho sorridente —, todos eles obedeceram às determinações paternais.
— Como? — tornou a perguntar a pequenina curiosa.
— Muito zeloso da fraternidade que deveria reinar entre os filhos, o Devotado Pai recomendou o uso de um só uniforme para o educandário, concedendo-o, com grande riqueza, aos príncipes queridos. Todos, sem exceção, deveriam envergá-lo nos estudos e experiências, embora se diferençassem, entre si, nas tendências, pensamentos e aspirações.
Fazendo gracioso gesto com as mãos enrugadas, o ancião prosseguiu:
— Os príncipes chegaram muito pequeninos à escola, porque a confecção do vestuário concedido pelo Rei, para as lições e estudos de cada dia, subordinar-se-ia a certas leis do educandário maravilhoso, edificado em pleno céu… Meninos e meninas chegaram em bando, através dos vales e dos montes, para o curso de crescimento e perfeição, todos vestindo o mesmo uniforme, igual na formação e nos característicos, apenas variando quanto à cor, pois os uniformes eram brancos, avermelhados, bronzeados, amarelos, pardos e negros. A diversidade das cores, contudo, não implicava separação, porque os príncipes eram filhos e herdeiros do mesmo Senhor.
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