Os filhos do Grande Rei
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Nesse ponto da história, o narrador começou a tossir.
Cipião parecia tão cansado!… Os meninos sabiam que ele fazia longas peregrinações. O velhinho, porém, era forte e, embora os achaques da idade, nunca perdia o sorriso bom.
Observando que a interrupção se tornava mais longa, Ninita, uma das meninas maiores do grupo, aproximou-se dele e perguntou, carinhosa:
— O senhor tem fome, vovô?
— Não, minha filha — disse o velho, confortado.
— Tem sede? — Também não.
Os meninos, contudo, não mostravam maneiras tão distintas.
Um deles ergueu a voz e indagou, menos respeitoso:
— E essa escola existiu de fato?
— Como não? — volveu o narrador, benevolente — e ainda existe.
Diante da afirmação do velhinho, o interlocutor interrogou, deslumbrado:
— Poderemos vê-la?
— Perfeitamente — respondeu Cipião, sem titubear.
A criançada ia entrar em ruidosos comentários. Acendera-se forte curiosidade em todos os rostos. As perguntas choveram de todos os lados, mas Cipião, sorridente, observou:
— Deixem-me continuar.
Calaram-se as crianças, de súbito, e, de novo, reinou o silêncio.
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