Palavras Sublimes

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Capítulo X

Evangelho à luz do Espiritismo

A mensagem do , vem, na época esperada, esclarecer a mentalidade humana no tocante aos grandes problemas da sua personalidade imortal a caminho dos mais gloriosos destinos.

O desmantelo a que chegaram as instituições incumbidas, no planeta, de zelar pelos patrimônios da moral, a decadência quase reconhecida dos processos políticos para diminuir os graves enigmas que preocupam, no momento, a existência dos povos, fazem supor que a intervenção divina está divorciada de todas as questões que espantam as coletividades humanas dentro do seu complicado mecanismo e em face da sua transcendência.

Podemos, porém, afiançar-vos de que, sem individualismos, a Providência Divina vela pelo planeta, que jamais se encontra à revelia da Sua misericórdia. O que ocorre, nesse quadro desolador do desdobramento das atividades do homem atual, dentro do vosso século de notáveis avanços científicos, é o resultado do antagonismo, da incompreensão, da inércia e do descaso humanos diante dos magnos problemas de ordem moral que as religiões não conseguiram resolver, desde o momento em que deslocaram os seus objetivos para o centro dos interesses materiais. O livre-arbítrio do homem, e da coletividade, é o que opera em vossa época, porquanto, os lamentáveis acontecimentos que caracterizam a atualidade não representam a concretização da vontade do Criador, pois a destruição jamais poderia constituir parte integrante das leis providenciais que regem o Universo. Há a necessidade de um entendimento mais profundo por parte do homem com respeito às diretrizes espirituais da vida, porque todas as crises econômicas e sociais são derivados lógicos e imediatos da crise moral que vem subjugando o vosso mundo.

Nesta hora, todas as nações que detêm consigo o cetro do progresso e da cultura estão assombradas diante dos perigos iminentes. A visão da guerra as impressiona e subjuga. O fantasma do passado está sempre aí, rememorando as épocas tigrinas. A invasão, a chacina, as lutas fratricidas condenadas por todas as vozes que se dirigiram ao orbe em nome da Potência Suprema do Universo aí revivem em moldes de perversidades cada vez mais requintadas, e o coração da humanidade sofredora se dilacera no círculo dessas vibrações antagônicas e destruidoras. As guerras de antanho, feitas pela ambição das conquistas, são hoje metamorfoseadas em movimentos de expansionismos injustificáveis e em vez de criarem os povos leis benfazejas, que regulem os fenômenos sociais, abalançam-se a temerosas aventuras, contrariando as disposições de todos os estatutos outorgados ao planeta pelas experiências da civilização. Cabe-nos, pois, trabalhar, para que as lições evangélicas, ao clarão das verdades espiritualistas, se espalhem no mundo, iluminando os corações e integrando as almas em conhecimento dos seus sagrados deveres em face da vida.

Os programas políticos são hoje quase todos falhos de soluções objetivas, capazes de beneficiar as coletividades. E para que um surto de loucura coletiva não subjugue o mundo como alucinação generalizada, destruindo todas as disposições da ordem social, voltemos os olhos e as atividades para o fraternismo, que terá de florescer [da] soberba base do Evangelho de Jesus. As classes nunca serão eliminadas, porque nem a própria morte extingue as hierarquias, mas faz-se mister conciliar os interesses de todos, conjugando-os para o bem-estar social e elevando as aspirações de todos para o ideal supremo dos Planos superiores. Assim, portanto, lutemos esforçadamente e não duvidemos de que a bondade de Jesus, Senhor e Mestre, estará ao vosso lado, norteando a vossa tarefa e os vossos grandiosos anelos.




Reformador — 1º de fevereiro de 1936.



Bittencourt Sampaio
Francisco Cândido Xavier


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