Palavras Sublimes

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Capítulo LXXIII

O santuário de Ismael

De portas abertas, diante da paisagem escura em que se agitam os viajores humanos, o santuário de Ismael, no Brasil, reflete a luz da Boa Nova, em comunhão com as fontes celestiais.

Da região platina ao vale amazônico, traça caminhos sutis de redenção para o mundo inteiro, no cultivo da árvore augusta do Evangelho, transplantada pelos pomicultores do Alto para o solo acolhedor da brasília esperança! Dia e noite, o seu leque gigantesco de claridades sublimes varre o céu constelado, descortinando ao planeta o alvorecer da nova era.

Milhões de almas lhe conhecem o manto protetor, desdobrado em nome de Jesus, no apostolado regenerativo. Onde palpite o mínimo anseio de renovação interior aí comparece a sua mensagem, lenindo, reajustando, consolando, instruindo e reerguendo!

Sem cartazes berrantes, usa o clarim do amor, despertando os que “morreram” em pleno dia terrestre, operando milagres e disseminando bênçãos na reestruturação de destinos mil cada hora!…

O templo de Ismael, cujo coração pulsa, ditoso, na Federação Espírita Brasileira, não conhece inimigo, onde é defrontado pela injúria, e sim irmãos ignorantes, que se mostram credores de tolerância e esclarecimento.

Não relaciona culpados, onde a justiça enxerga criminosos, e sim infelizes, carecentes de amparo e colaboração.

Não identifica perseguidores, onde a pedrada lhe surpreende os serviços, e sim desventurados que se recomendam ao concurso da prece.

Não vê caluniadores, onde sofre o assédio da malícia ou da ingratidão, e sim companheiros intoxicados de personalismo destruidor, que se fazem dignos do mais amplo silêncio.

E num vasto programa de compreensão evangélica prossegue libertando os Espíritos emparedados no cárcere das sombras, amolecendo corações petrificados no egoísmo, elevando o nível de autoconfiança naqueles que se descobriram no âmago do despenhadeiro, distribuindo alegria com os desesperançados, esclarecendo os que cobram tributos à insensatez e à ignorância, curando cegos e surdos sistemáticos, advertindo os que reprovam sem compaixão, consolando os que se restauram nos hospitais, reaquecendo as almas congeladas ao vento frio do desânimo, limpando a veste de quantos se precipitaram em antigos espojadouros de lama, eliminando a discórdia, educando a liberdade, controlando paixões, preparando a infância e a juventude para a dignidade do indivíduo e convidando criaturas de boa vontade para o reino espiritual do trabalho com o divino Mestre, em favor das crianças e dos velhos, dos cansados e dos tristes, dos loucos e dos doentes, dos fracos e dos fortes, dos justos e dos injustos, dos bons e dos maus.

Em franco ministério do amor, ilumina as almas por dentro, descerrando-lhes o caminho a seguir. Aqui revela o órfão desamparado, ali mostra o enfermo infeliz, além descortina o quadro do sofrimento, ensinando a ciência da restauração e do auxílio, do socorro e da solidariedade, através do próprio exemplo na renúncia com que se consagra ao soerguimento e santificação da humanidade.

Pela obra que realiza, não pede louvores. Pelos benefícios que espalha, não lança o imposto do reconhecimento. Confere o bem pelo mal e pela abençoada luz que acende, através do livro cristão, no lar brasileiro de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, não reclama senão a possibilidade de continuar agindo e crescendo para servir a todos.

Ainda assim, na legítima sementeira da fraternidade e da elevação, conduzindo o estandarte da era nova pelas mãos abnegadas e valorosas dos obreiros fiéis que o servem, o santuário divino não se furta à guerra fria das trevas, recebendo, sem revolta, os golpes da maledicência e da suspeição, retribuindo-os com o entendimento e com a bondade daqueles que nunca se cansam de ajudar e progredir.

Grande templo de Ismael, perdoa os peregrinos em desespero que te atravessam os pórticos sagrados sem alijar o barro das sandálias, auxilia a todos que ainda te não podem compreender e, de antenas erguidas para a Espiritualidade Superior, prossegue para diante, estendendo a Boa Nova a todos os quadrantes do mundo, sob o céu doce e claro do Brasil em que resplandece, vitoriosa e sublime, a estrelada mensagem da cruz!…


(.Humberto de Campos)


Reformador — Outubro de 1950

Mensagem publicada também em Reformador de junho de 1972 a de janeiro de 1980.



Irmão X
Francisco Cândido Xavier


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