Paz e Renovação

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Capítulo XXIV

Trabalho e sacrifício


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Filhos, todo trabalho é santo, contudo, é forçoso não esquecer a santidade maior do trabalho de sacrifício na exaltação do bem:

quando tudo parece obstáculo intransponível;

quando a dificuldade econômica nos exaurir as últimas energias;

quando a enfermidade parece eliminar-nos todas as forças;

quando a solidão nos envolve em seu manto imponderável de cinza;

quando a calúnia nos fere, de rijo, ameaçando prostrar-nos o coração;

quando a maioria dos companheiros nos estende o fel da dúvida em troca de nossas esperanças mais belas;

quando a tentação nos cerca o espírito necessitado de segurança, ofertando vantagens materiais à custa de nossa deserção do dever a cumprir;

quando o desânimo, por frio doloroso, busca entorpecer-nos as fibras mais íntimas;

quando o cárcere de nossos testemunhos se ergue, aflitivo, portas a dentro de nossa própria casa, aprisionando-nos em superlativo sofrimento moral…

Nesses minutos supremos, é preciso trabalhar mais confiando-nos à Bênção Divina, que brilha, infatigável, no Trabalho Maior.


Trabalhar, sim, porque é trabalhando no bem de todos que enxugaremos as próprias lágrimas e venceremos as próprias fraquezas, de modo a que todo mal nos esqueça, por invulneráveis às arremetidas da sombra.


Filhos, não vos deixeis abater diante da luta. O apostolado da redenção inclui todas as dores. Lembremo-nos de que, perseguido e tentado, Jesus trabalhou sempre… Ainda mesmo na cruz, à frente da morte, trabalhou na obra do perdão sem limites. E não nos esqueçamos de que é pelo trabalho que poderemos responder ao Divino Apelo que, há muitos séculos, fluiu da Divina Palavra: — “Sê fiel e dar-te-ei a coroa da vida.” (Ap 2:10)




Batuíra
Francisco Cândido Xavier


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