Ponto de Encontro [Geem]

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Capítulo XVI

Preço alto


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O Coronel Arquimino,

Abastado fazendeiro,

Dispunha de muitas glebas,

De dinheiro e mais dinheiro.


Era, porém, avarento

Em tão extensa medida,

Que conservava em sacolas

Qualquer resto de comida.


Fizera-se conhecido

Por homem mau e seguro,

Sempre citado no povo

Por “Arquimino Pão Duro”.


Quatro fazendas no campo,

Bela mansão na cidade,

Detestava dar esmolas,

Criticava a caridade.


Certo dia, na varanda,

Alegrava-se entre amigos,

Dizendo quanto odiava

Os pedinchões e os mendigos.


Nisso, estaca junto à escada

Que dava acesso à varanda,

O aleijado Joaquim Bola,

Que se arrasta e diz que anda…


— “Seu” Coronel Arquimino

Falou Joaquim com respeito:

— Peço ao senhor algum pão,

Minha fome não tem jeito…


Já procurei na cidade

As casas, uma por uma,

Rogando auxílio e socorro,

Não achei comida alguma…


Arquimino, enraivecido,

De cima, disse a Joaquim:

— Saia já de minha porta

Ou eu mesmo lhe dou fim.


Você se faz de aleijado

Pedindo dinheiro e pão,

No entanto, você não passa

De vagabundo e ladrão.


— Ah! Coronel, não me afronte,

Clamou o pobre Joaquim

Não minto… sou aleijado,

Desde o berço, eu sou assim…


— Você inda me responde?

— Gritou o dono da casa

Meu pontapé dá lições…

Você vai ver minha brasa.


Em fúria, espantando a todos,

Passou a descer a escada,

Mas logo, ao segundo lance,

Caiu, de perna quebrada.


Abeiraram-se os amigos…

As cenas ficaram feias;

Toda a perna estava em sangue,

No rompimento de veias.


Carregado, em altos gritos,

Foi levado a um hospital,

Sofreu longa operação

E anestesia geral.


Foi assim que o Coronel

Que negou alguns tostões,

Sarou e voltou à casa,

Mas pagou trinta milhões.




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier


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