Presença de Chico Xavier

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Capítulo XI

Depoimento de Manuel Quintão

Sob o título de “Em Comunhão de Graças”, eis o que nos diz o lúcido prefaciador do “Parnaso de Além-Túmulo”:


“Às 20 horas, todos a postos, pressurosos, reunimo-nos em casa do José, ao lado da cabana do “Chico”. É uma sessão íntima de graças a Deus pela viagem feliz e é também o nosso cartão de visita aos Protetores da outra cabana de luz, onde tantas luzes temos já recolhido. Historiemos agora mais estas:

Feita a prece inicial, Emmanuel toma o médium e, em termos sóbrios nos dá as boas vindas, concitando-nos ao cultivo do Evangelho. A seguir, Maria da Glória, (Lula) nossa filha, vem falar à minha mulher em linguagem familiar, típica e entremeada de episódios domésticos, íntimos, só de nós conhecidos. Minha mulher se comove, chora… Aquela linguagem é um bálsamo para o coração materno. E quanta beleza, quanta misericórdia defluem desse intercâmbio de planos, que o mundo céptico repele na cegueira do seu fanatismo! — considerávamos nós…

Vem a seguir Elisabeth, esposa carinhosa que foi, do nosso companheiro Gorgot. Ele também chora em lhe ouvindo exortações, conselhos, desabafos íntimos, que só ele poderia autenticar. Mas nós que, por nossa vez, conhecemo-la aqui na Terra, também coligíamos pela estrutura da frase, genuinamente lusa, a identidade da prova. Depois, já recobrado, empunhando o lápis, o médium que nunca foi poeta, dá-nos de improviso, currente calamo, sem uma vacilação, sem uma rasura, este lindo soneto de Bittencourt Sampaio, no qual se alumbra e freme o estro do mago autor da Divina Epopeia:


Sobre as estradas míseras das geenas

Deste mundo de méritos escassos,

Sobre a incerteza dos humanos passos,

Caem luzes radiosas e serenas!


Luzes que adoçam lágrimas e penas

Filhas da fonte eterna dos Espaços,

De onde a Mãe de Jesus nos abre os braços,

Em seu trono de rosas e açucenas.


Ave Maria! excelsa providência

Que redime nas dores da existência

O coração mais triste e o mais perverso.


Ave Mãe! piedosa e soberana,

Anjo Divino da miséria humana,

Flor de misericórdia do Universo!


Bittencourt Sampaio

Encerrava-se, assim, o 1º dia útil da Caravana da amizade. O sono e as fadigas da viagem reclamavam repouso.”


Elias Barbosa


M. Quintão, “Romaria da Graça”, Livraria da Federação Espírita Brasileira, 1939, págs. 8-9.


Ainda não ouvíramos Francisco Xavier em transe sonambúlico e o que nos ocorre aqui consignar, a propósito, é que de quantas manifestações idênticas temos observado, esta é a que mais se aproxima das do médium Frederico Júnior, que transmitiu as célebres obras de Bittencourt Sampaio. (Nota de Manuel Quintão).



Bittencourt Sampaio
Francisco Cândido Xavier


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