Presença de Chico Xavier

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Capítulo XX

“Ao meu caro Quintão”

Quintão, eu sei da saudade

Que te aperta o coração,

Dos nossos dias passados,

Que tão distantes se vão.


Vassouras!… belas paisagens

Cheias de vida e de cor,

Um céu azul e estrelado

Cobrindo uns ninhos de amor.


Árvores fartas e verdes

Pela alfombra dos caminhos,

A ermida branca e suave

De ternos, doces carinhos.


O nosso amigo Moreira

E a sua barbearia,

Onde uma vez me encontraste

Na minha noite sombria.


Detalhes cariciosos

Da vida singela e calma,

Vida de encantos divinos

Que eu via com os olhos d’alma.


Meus pobres versos — “Singelos”,

“Aves implumes” da dor,

Que traduziam no mundo

O meu pungente amargor.


A minha pobre Carlota,

A companheira querida,

O raio de claridade

Da noite da minha vida.


Os artigos do Bezerra

De outros tempos, no “O País”,

O mestre da Velha Guarda,

Unida, forte e feliz.


A tua doce amizade

À luz do Consolador,

Teu coração generoso

De amigo, irmão e mentor.


Ah! Quintão, hoje os meus olhos

Embebedam-se de luz,

Pelas estradas sublimes

Da santa paz de Jesus!


Mas não sei onde a saudade

É mais forte nos seus véus,

Se pelas sombras da Terra,

Se pelas luzes dos Céus.




Esta poesia singela e, por assim dizer, intimamente pessoal; foi recebida em circunstâncias imprevistas e timbra episódios velhos de mais de 30 anos, que o médium não podia conhecer, atento mesmo a sua banalidade. Singelos e Aves Implumes são títulos de dois pequenos volumes de versos publicados em começos do século. Carlota é o nome da esposa do poeta cego, também cegada de uma vista, por acidente, depois de casada. (Nota de M. Quintão).

“” Fed. Esp. Brasileira, 8ª edição, págs. 191 e 421. E às págs. 224 e 234-5 da 10ª edição.



Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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