Presença de Chico Xavier

Versão para cópia
Capítulo XXII

Jovem goiana consola sua mãe


Querida mamãe, Deus nos ampare.

Venho pedir à senhora para que me auxilie com a sua calma e com a sua fé em Deus. Auxilie-me. Abençoe-me.

Se deixei meu corpo fora de nossa casa, mamãe, isso não é motivo para que a senhora se aflija tanto.

Creia que pressenti o momento da separação, mas não pude evitá-lo. Pudesse e seria removida para junto de seu coração, para junto de papai, do Humberto e do Paulo Humberto e de nossa Maria José, de modo a vê-los tranquilos.

Mas a senhora sabe que nós não conseguimos alterar os desígnios da Vida Superior.

Um passeio, um simples passeio, por vezes, é o adeus na Terra. Perdoe sua filhinha pela falta involuntária. A senhora sabe que acima de tudo sempre desejei a sua paz e a sua alegria.

Suas lágrimas, desde fevereiro do ano passado, caem sobre mim como pingos de fogo. — “Por quê? Por quê? minha filha! minha filha!” — Cada gota é uma interrogação que me faz sofrer muito…

Ah! Se a senhora compreendesse a angústia dos que são interpelados no túmulo sem a capacidade de responder, com certeza, mãezinha, seu coração já estaria asserenado.

Não digo isso como quem se queixa. Peço-lhe amparo, entendimento, serenidade, paciência…

A senhora sempre foi tão carinhosa e tão boa! Sempre me adivinhava os menores pensamentos!

Sinta-me outra vez doente, ao seu lado, rogando-lhe a bênção, e com a sua bênção, a sua assistência generosa.

Faça com que meu coração obtenha o repouso e não queira vir para cá antes do justo momento certo. Não admita que a senhora ou eu conseguíssemos mudar a situação.

Voltei na hora justa, quando minhas energias de resistência estavam terminadas e se isso aconteceu junto de nossa querida Aída, é porque assim era necessário.

Ore, mamãe. Ajude-me com as suas preces.

Procure ver-me em seu pensamento, alegre e sossegada, para que eu me faça tranquila e calma.

Prometo-lhe que estaremos mais juntas, logo que a senhora se acalmar. Não perca tempo, forçando situações para encurtar os seus dias na Terra.

Alimente-se. Repouse. Viva a existência abençoada que Deus lhe concedeu. Recorde que a senhora tem responsabilidades com o papai e com os meninos.

Tio Paulo e Francisquinho estão aqui comigo e rogam a Jesus abençoar-nos. Tranquilize o seu coração, mais uma vez lhe peço.

As suas visões e as minhas — aquelas visões dos cães de caça e agora da casa atormentada que a senhora costuma ver, são quadros de nossa existência passada, referentes ao drama de que nos restou a dívida de saudade e distância que hoje resgatamos.

Mãezinha, estude as leis do Espírito eterno, estejamos unidas na caridade ao próximo e esperemos.

Transforme a sua vida espiritual, abraçando pensamentos novos. Trabalhe pelos outros, mas não pouco.

Faça o que puder para ajudar aos outros, não só com as sobras de tempo, dinheiro, vantagens ou recursos. Trabalhe com a sua aflição, com a sua necessidade, com a sua prova, com a sua dor.

Aí na Terra costumamos servir tão somente com o supérfluo de nossos recursos, mas a vida exige mais, se quisermos atingir a felicidade verdadeira, e sorria, mamãe, para as estradas do mundo.

A sombra passa. A luz fica. Procuremos a luz, sempre mais luz.

Está comigo aqui igualmente, nossa irmã tia Helena César que me solicita dizer à sua irmã tia Geralda do reconhecimento que lhe deve, extensivamente à sua irmã Francisca e promete ajudá-las na condução das crianças que lhes deixou sob os cuidados.

Confiemos em Deus. Ninguém morre.

E, ao seu lado, mais viva que nunca, roga a Deus por sua saúde e felicidade, a filha saudosa que tudo lhe deve,


Heloísa

Elias Barbosa


Reportagem de Antônio F. de Abreu, publicada em “O Triângulo Espírita”, de Uberaba, Ano 2, nº 13 8:12-1967. Mensagem psicografada na noite de 21-7-1967. Espírito comunicante: Heloísa Nelly Ludovico, que desencarnou aos 19 anos de idade, a 6 de fevereiro de 1966. Seus pais: Dr. Humberto Ludovico de Almeida e D. Nelly Alves de Almeida, residentes em Goiânia. Estavam presentes à reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, além da progenitora da comunicante, a sua tia, D. Geralda César Neto.



Heloísa
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 22.
Para visualizar o capítulo 22 completo, clique no botão abaixo:

Ver 22 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?