Presença de Chico Xavier

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Capítulo XXV

Um filho de retorno

Meu pai, minha querida mãe, venho rogar conformação a todos.

Primeiro, peço a bênção de Deus para nós a fim de estarmos obedientes perante a Bondade Infinita que rege a vida.

Não me suponham morto, criatura que desapareceu, filho que não volta mais.

Ajudem-me. Não sofro senão por vê-los não desesperados mas abatidos, como se a vida devesse parar porque mudei de situação.

Lembrem-se de que deixei minha querida Elisabeth e o Alanzinho em meu lugar. Bete está muito moça ainda. Quase menina, vinte e três anos de esperança! Pensem, papai e mamãe, quanto me custa vê-la viúva, antes de dois anos após a nossa união.

Ainda assim, apesar dos meus conflitos, não estou desanimado. Surgirão caminhos novos. Minha esposa e meu filhinho serão flores de carinho nos braços que me criaram para o bem.

Não chorem, não se sintam amargurados. Não me recordem debaixo da máquina e nem me vejam desfigurado pelo fogo. Mentalizem o filho que lhes pede a bênção com a nossa alegria em casa.

A morte é um muro de sombra, além do qual nós revivemos e continuamos amando os entes queridos com a ternura de cada dia.

Graças a Deus, vim com algum conhecimento da vida verdadeira e isso auxilia a criatura de modo positivo.

A princípio, sofri com as primeiras impressões do desastre, mas apliquei o pensamento vivo da fé pelo qual nos revigoramos e nos reconstituímos, por dentro de nós, sem sabermos como. Nada sei explicar por enquanto, mas vou estudar e melhorar para ser mais útil.

Encontrei o vovô Gino e o nosso amigo Batuíra logo que reabri os meus olhos procurando o porquê da ocorrência. Imaginava-me em sonho, despertando de um pesadelo, mas, gradativamente, tudo compreendi.

Peço à minha querida vovó — que considero minha outra mãe — não nos lamente. Estamos numa hora de confiança em Deus.

Tia Iris está igualmente aqui e recomenda-me dizer que está bem. Assim como me preocupo por Elisabeth e Alan, vejo-a preocupada pelo Ubirajara e pelos filhos queridos, mas, com Deus, não há sombra perpétua, porque Deus é a luz de nossas vidas.

Papai, auxilie-me. Não deixe os companheiros sob impressões negativas de sofrimento e morte.

Acontecem as provas e quando as provas chegam, o momento é de seguir cada um o seu próprio caminho.

Ninguém poderia ter tomado o meu lugar, no instante difícil e eu que entendia tanto de motor, tive de cumprir os desígnios da Lei, em meu próprio benefício.

Rogamos a dor antes de tomar corpo na Terra e a dor funciona por mestra de nosso Espírito.

Por isso, meu pai, a dor é sempre um benefício. Nós é que custamos muito a perceber essa verdade.

Rogo ao senhor e mamãe velarem por Elisabeth e por nosso filhinho e recordem os outros — os outros entes amados de que Deus formou a nossa família carinhosa e feliz.

Recebam com Bete e Alanzinho todo o coração do filho que promete obedecer as Leis de Deus para ser útil sempre e amá-los cada vez mais,


Cláudio Luiz

Elias Barbosa


(Mensagem recebida em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 3 de abril de 1970, em Uberaba, Minas, achando-se presentes pela primeira vez entre os visitantes da instituição, os pais e a viúva do comunicante, residentes em São Paulo. Cláudio Luiz, o signatário da mensagem, desencarnou em um desastre automobilístico, no dia 29 de dezembro de 1969, e residia em Santo Amaro.)



Cláudio Luiz
Francisco Cândido Xavier


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