Presença de Chico Xavier

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Capítulo XXXI

Nova mensagem de Dráusio à sua genitora

Mãe do coração. Deus nos abençoe e nos sustente, ao mesmo tempo que peço que o seu carinho e o amor de meu pai me abençoem.

A senhora, mãezinha, espera por nosso Diógenes, no entanto sou ainda aquele companheiro que lhe fala, através da escrita. Somos ambos filhos e sei que a sua ternura é igual para nós dois.

Acontece, porém, que o nosso Diógenes, como sabe, vem passando por experiências e readaptações no educandário que a senhora tem visitado, fora do carro físico, em nossa companhia. A escola espiritual que nos ensina concórdia e fraternidade.

Não se surpreenda. Estamos em Plano fronteiro à Terra mesmo. Continuação do mundo material, se posso dizer assim.

Tudo, mãezinha, tem preço. Tudo no terreno do bem exige sementeira do bem. Desse modo, o progresso no campo da cultura obedece aos mesmos princípios.

Seus filhos não moram longe. Estamos tão perto que posso afirmar “sempre juntos”. Estamos acompanhando seus passos na fase nova. O tempo novo que a desencarnação nos abriu.

Fale sim. Fale da vida que não morre, do amor que não se extingue. Explique aos que choram que não há lágrimas sem consolo.

Mas quando nos expressarmos em torno dessas verdades, não nos refiramos, mãezinha, a méritos que não temos ainda. Reportemo-nos à misericórdia de Deus que nos acoberta. É pela misericórdia do Céu que nos reencontramos. Por isso não nos esqueçamos de semelhante declaração.

Existem mães que deploram filhos aparentemente perdidos nos turbilhões da morte e filhos que se desesperam por mães que a morte arrebatou do ninho caseiro. Tanta dor nos rodeia que seria egoísmo descansar à distância do vale imenso de trevas, em que nossos irmãos se debatem.

A senhora tem recebido lições novas. São aulas singelas de nossa escola — o instituto de ensino onde seus filhos se recuperam.

Como sabe, estamos ainda unidos os três: Diógenes, o nosso Missionário e eu. Não podia ser de outro modo.

Entretanto, os laços de ordem familiar criam lutas enormes que o nosso Carlinhos, apenas a pouco e pouco poderá superar. Ajude-o sempre com as suas preces e pensamentos.

Com respeito ao paizinho, o nosso companheiro fiel de todas as horas, não diga que ele é descrente. Ele sabe sim que somos eternos e nunca se acomodou à ideia de nossa separação para sempre. O que há mãezinha nele, é dor — dor profunda. Sofrimento de que o homem nem sempre consegue a devida força para afastar. Meu pai é nosso amigo, nosso herói de todos os dias e vejo-a como uma flor de luz vinculada à presença dele, qual se nele encontrássemos o tronco benfazejo para entretecer nosso ninho. Basta que ele nos dê apoio a fim de plantar a verdade, plantando a esperança e ter-nos-á dado o melhor.

Em Lindoia estivemos a cooperar para que se lhe restaurassem as energias e com o auxílio de nossa Irmã Angélica muito foi obtido em nosso favor. Quando possível voltem até lá. Junto às águas tranquilas refará ele a saúde total, conforme aguardamos.

Quanto ao mais, querida mãezinha, auxiliemos nossa Cristina para a libertação necessária. Para mim, a noiva de ontem é hoje uma irmã, quase uma filha, pelo enternecimento como que lhe recebo as doces recordações. Cristina está moça, mãezinha, muito moça e um lar será para ela um santuário de paz. Ela será sempre ela mesma.

O ciúme seria agora uma sombra, ou aliás, é sempre uma sombra.

As ligações na Terra são como os frascos diferentes na forma, no entanto o amor a erigir-se como sendo o perfume da vida, é o mesmo em qualquer parte. Aqui aprendemos que todos estamos interligados perante Deus e só se expressa na vida o amor verdadeiro, quando fazemos com o nosso amor a felicidade dos corações que amamos.

Amar é dar-se. Dar-se na compreensão, no serviço, na alegria, na paz. Estou, mãezinha, mais feliz hoje que entendo melhor semelhantes assuntos.

E agora, paro aqui. A noite é bela. As orações me parecem estrelas e a palavra do Evangelho me atinge o coração por música da verdade que o Cristo nos deu.

Despeço-me assim, contente e reconhecido.

Não nos afastaremos uns dos outros. Estarei com a senhora, mãe do meu coração, e com meu querido pai, no Lar Maior, cuja entrada sublime tem o nome de caridade. Auxiliando o próximo, seguiremos para a felicidade eterna com as Bênçãos de Deus.

Até logo, pais queridos. Conosco e com todos os nossos companheiros de fé o Amparo da Bondade Divina.

Recebam o abraço muito carinhoso, do filho sempre reconhecido,


Dráusio

Elias Barbosa


(Mensagem dirigida à senhora D. Zilda Giunchetti Rosin).

“O Triângulo Espírita”, Ano 3, 2ª fase, nº 26, de Uberaba, 15-1-1970.



Dráusio
Francisco Cândido Xavier


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