Presença de Luz

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Capítulo XIX

Lembremos


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Às vezes, queixas-te da vida, ante os contratempos naturais do cotidiano.

Entretanto, se te lembrares da extensa fila dos companheiros algemados às grandes tribulações da retaguarda, decerto não te inclinarias tanto à lamentação estéril e, sim, te engajarias na turma dos irmãos que se consagram à tarefa de aliviar os sofrimentos alheios.


Sai de ti mesmo e conseguirás vê-los com facilidade.

É o homem que perdeu ambas as pernas num acidente do trabalho e passa na rua com o favor de alguém que lhe dirige a cadeira de rodas;

é o jovem paralítico que sobrevive à própria condição pelo devotamento da mulher que se lhe fez mãe, em nome de Deus;

é o cego que exemplifica serenidade e coragem, seguindo para o trabalho com o apoio da bengala branca que lhe evidencia a presença;

é a irmã em penúria, cercada de crianças andrajosas que vai ao encontro do pão da beneficência, a fim de regressar, logo após, à furna em que reside, sob antiga ponte abandonada;

é o hanseniano esquecido;

é o amigo em desespero, prestes a cair nas malhas do suicídio;

é o doente imobilizado e sem recursos, na periferia da cidade, à espera de alguém que lhe estenda um copo d’água;

é o irmão portador de constrangimentos e inibições, incapaz de mais ampla comunicação com os semelhantes;

é a mulher apunhalada de dor que tateia a lousa, tentando inutilmente ouvir algum sinal do filho, cuja voz foi abafada pelo frio da morte…


Pensa nos caminheiros do infortúnio que te partilham a marcha.

Se te lembrares deles, certamente silenciarás toda queixa, porquanto, à frente das vantagens que usufruis, saberás unicamente render graças a Deus.




Augusto Cezar
Francisco Cândido Xavier


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