Queda e ascensão da casa dos benefícios

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Centenário

Leitor amigo:

Ante os nossos companheiros da Diretoria, que representam, nesta noite, o Primeiro Centenário do Grupo Espírita Regeneração, iniciado por nós, — pequenos servos de Nosso Senhor Jesus Cristo — no Rio de Janeiro, em 1891, agradecendo a tua acolhida e cooperação face as nossas lembranças da comovedora efeméride, ofertamos-te o livro que relaciona as edificações da referida instituição.

E, se nos permites, solicitamos o teu consentimento, para recordar-te:

Quando te sentires de coração amarfanhado, reflete nos milhares de irmãos infelizes, que se desvencilharam, aqui, dos propósitos de suicídio, ouvindo as verdades ensinadas pelo Cristo de Deus, retomando a vida natural que os sofrimentos desequilibraram, quando mais necessitavam de apoio e discernimento; lembra-te dos corações maternos que se refizeram da angústia, neste pouso de amor, aceitando a evidência das provações que o mundo lhes impunha, ante o desaparecimento de filhos queridos, quando esses mesmos filhos enunciavam o feliz futuro dos homens de bem; dos que se reergueram no caminho das lágrimas, depois de injuriados e abatidos pela calúnia e pela crueldade, justamente na ocasião em que mais suplicavam compreensão da justiça terrestre; dos que se reconheceram vencidos por infortúnios indescritíveis, regressando à fé em Deus e ao perdão das ofensas, notadamente, quando mais imploravam o entendimento dos perseguidores gratuitos que lhes arrasaram a existência; dos que choraram, doentes e esquecidos, entre as paredes que mantinham esta casa, endereçando aos Céus as mais fervorosas orações, pedindo a paz e a misericórdia que os homens lhes sonegaram; dos que se viram, portando enfermidades contagiosas e amargas, que vieram até aqui lastimando, no íntimo, as situações que os faziam infelizes, encontrando o bálsamo da confiança em Deus e a luz da esperança que lhes revigoraram as forças; das nossas irmãs injustamente lançadas ao descrédito e ao sarcasmo, apontadas pelo dedo dos que as atiravam ao desespero, no momento em que mais rogavam compaixão e bênção; dos amigos idosos que vieram de perto e de longe, pedindo o auxílio de que necessitavam para sobreviver às crises do desgaste físico e rogando a Deus proteção e socorro para os filhos que os abandonavam às piores necessidades, no instante em que mais se sentiam minados ante a dor causada pelas atitudes dos entes queridos, que mais amavam; recordando as tribulações dos que experimentaram as provas que lhes amarguraram os dias e que durante cem anos vieram a este recanto de fraternidade e serviço, encontrando constantemente a orientação e o consolo para as suas inquietações, em preces que lhes arquivaram os sacrifícios no Mundo Maior.

Sensibilizado, ante as recordações que me assomam ao espírito, sou o pequeno servidor, iluminado agora de alegria, diante do devotamento com que se cultiva aqui o trabalho, o amor ao próximo e a generosidade e mais uma vez te agradecemos a colaboração espontânea, repetindo as nossas humildes palavras: — Amigo, muito obrigado!…




(Mensagem recebida em 31.12.1990.)



Bezerra de Menezes
Francisco Cândido Xavier


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