Não acuses a moeda, responsabilizando-a por essa ou aquela calamidade do mundo.

O dinheiro em si é alimento da ação e alavanca do progresso.

Observemos.

O amor edifica o lar.

O lar, no entanto, se mantém à custa de trabalho e na base do trabalho encontramos o dinheiro que o sustenta.

A cultura estabelece a universidade.

A universidade, porém, não prevalece sem o ministério da instrução e, na garantia do ministério da instrução, permanece o dinheiro alentando os professores e aparelhando os alunos na aquisição do ensino.

A ciência cria o medicamento.

O dinheiro apoia o laboratório que o fabrica.

A caridade inspira a beneficência.

O dinheiro garante o curso das boas obras.

A inteligência planifica.

O trabalho realiza com o dinheiro a estimular-lhe os movimentos.

Com a moeda se organiza a civilização, eleva-se o grupo social, educa-se a família e aperfeiçoa-se a individualidade.

Do mau emprego de semelhante energia é que surge o desastre, porquanto, qual se há repetido, muitas vezes, o dinheiro pode ser comparado à força elétrica que suscita prodígios com a orientação dos homens de bom senso e fulmina os que se mostrem levianos ou insensatos.