Registros Imortais

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Capítulo XXI

Mediunidade e aperfeiçoamento

21ª reunião | 14 de março de 1957


: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Geni Pena 10avier, Francisco Teixeira de Carvalho, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Antônio Inácio de Melo, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira, , Waldemar Silva, Olga Leal Peduto, Luiz Peduto, Esmeralda Bittencourt e Hélio Porciúncula.


Meus amigos, que a paz de Jesus seja conosco.

Alongando os nossos conceitos despretensiosos da reunião anterior, julgamos necessário alinhar algumas anotações acerca de mediunidade e auto aperfeiçoamento, a fim de que os tarefeiros de intercâmbio se capacitem quanto ao impositivo de nossa própria elevação.

Não basta desenvolver a energia psíquica. Antes de tudo, é preciso saber conduzi-la e aproveitá-la, aprimorando-lhe as manifestações e os impulsos. O avião cortará o firmamento, irmanando povos, mas requer adequado campo de pouso para não destruir-se. A locomotiva carreará o progresso em continentes inteiros, entretanto, reclama trilhos que lhe disciplinem a marcha.

O cooperador de escritório exibirá inexcedível habilidade datilográfica, contudo, se não sabe reger a língua que utiliza, em vão grafará um texto. O homem que realiza uma viagem caminhará com facilidade, no entanto, se desconhece o próprio rumo, desperdiçará movimento. Assim também na mediunidade. Não vale, simplesmente, o enriquecimento e a explosão das forças psíquicas para a multiplicidade indiscriminada de fenômenos que, de certo, não conseguirão ferir o senso moral das criaturas. A alma encarnada reside temporariamente num soberbo agregado de fenômenos, sem que lhes assinale a grandeza e a extensão.

Tenhamos em vista o fenômeno da mentalização das ideias… O fenômeno da visão… O fenômeno da audição… O fenômeno das células gustativas… O fenômeno da composição epidérmica… O fenômeno do equilíbrio… Tantos fenômenos não impedem o desregramento da alma, que se distancia do serviço que lhe compete realizar. Inferimos dar o imperativo do esforço incessante nos companheiros convocados à comunicação entre os dois planos para que o tempo terrestre lhes seja favorável à solução dos problemas que lhes dizem respeito.

Comparemos a força mediúnica ao violino precioso entregue aos cuidados da consciência do médium. Há quem se vale do instrumento para a cooperação em leviandade festiva. Há quem o aproveita nos espetáculos pagos de feiras públicas e há quem o mobiliza na obtenção de vantagens inferiores. Em todos esses misteres, agregam-se ao responsável pelo apetrecho valioso Espíritos desencarnados que se demoram em prazeres inúteis, em mercado ruinoso ou em propósitos destrutivos… Todavia, o médium acordado para a sublimação que a experiência lhe perpetua conserva o instrumento primorosamente afinado, à espera dos artistas divinos, capazes de desferirem as melodias do aperfeiçoamento e da elevação, da paz e do reconforto, da educação e da ascensão das almas aos planos superiores. Nesse sentido, pois, é necessário — reconhecendo semelhante impositivo para todos nós, operários da evolução — que os médiuns se consagrem ao pensamento nobre, cultivando na própria vida os valores da responsabilidade, da caridade e do estudo. Responsabilidade que seja dever irrepreensivelmente cumprido. Caridade que seja fraternidade incessante. Estudo que seja progresso. Responsabilidade que inspire respeito. Caridade que traga simpatia. Progresso que realize renovação.

Para isso é imperioso que o pensamento mediúnico se demore na escolha do melhor que a vida nos oferece, que se resigne à disciplina moral, que se ambiente com a solidariedade espontânea, para que as possibilidades de interpretação permaneçam manejadas pelas inteligências superiores na formação do reino de Deus.

Lembremo-nos, dessa forma, que é de toda importância a disseminação dos círculos de estudo, com devotamento ao serviço salutar, para que todos estejamos compenetrados nos arraiais de nossa redentora Doutrina quanto ao trabalho construtivo a que fomos chamados por nosso divino Mestre e Senhor. Trabalho que alivie, que cure, que fortaleça, que limpe, que socorra, que eduque, que ilumine, que ajude e que enobreça, a começar do íntimo do coração para o reduto doméstico e a transbordar no campo social em que fomos chamados a viver na condição de almas desencarnadas ou encarnadas, porque todos nos achamos em círculos de expressão dinâmica, nos quais o pensamento do Cristo deve ser refletido a benefício de todos, porque o benefício de todos é o nosso benefício particular.

O grande codificador de nossos princípios carreou para a Terra este código abençoado que denominamos Doutrina Espírita para que Jesus fosse realmente revelado à humanidade terrestre.

Chamados, pois, a cooperar, desde os planos mais simples aos mais complexos na exaltação do bem, guardemos consciência de nossas responsabilidades, glorificando no Espiritismo a doutrina de amor e de luz que opere no mundo a nossa consagração a Deus.




Comunicação recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.



Barros Fournier
Francisco Cândido Xavier


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