Registros Imortais

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Capítulo XXIX

Palavras de gratidão

29ª reunião | 16 de maio de 1957


: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Laura Nogueira Lima, Geni Pena 10avier, Francisco Teixeira de Carvalho, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Edite Malaquias 10avier, Aderbal Nogueira Lima, , Zínia Orsine Pereira, Áurea Gonçalves e Waldemar Silva.


As tragédias e os sofrimentos se sucedem tanto aí quanto aqui. E o casos tristes, iguais ao meu, se repetem quase todos os dias.

No lugar onde tenho estado é bem pior do que aí na Terra, porque aqui todos sofrem e muitos sem esperanças de melhores dias. No meio deles estou, mas agora com um pouco de calma e mais compreensão, graças a Deus!

Eu quero agradecer a todos que neste pronto-socorro me receberam carinhosamente. Fui trazida até aqui tão desesperada e tão aflita!… Saciaram-me a sede com a água milagrosa da prece de que vocês aqui dispõem, e me entregaram a uma companheira que tem sido, para mim, mais do que amiga — uma verdadeira mãe, dedicada e boa. Nem sei como mereci tanto amparo! E agora procurarei estar sempre digna desse mesmo alívio.

A minha benfeitora tomou-me pela mão e, pacientemente, me fez reconhecer o meu erro e a minha rebeldia. É que eu não queria deixar o meu marido, com receio de que outra me ocupasse o lugar, absorvendo-lhe o carinho. Imaginem vocês, eu, com dezenove anos, inteiramente feliz, e arrancada, impiedosamente, do meu lar por parto prematuro!… O desespero dominou-me o coração e, cega, passei a odiar a todos e a prejudicar aquele que na vida era tudo para mim. Revoltava-me a ideia de Deus ter-nos separado para sempre e eu perguntava: por quê? Para quê? Que injustiça era aquela?

Foi nesse estado que fui trazida aqui, mas tive a sorte de me deparar com um coração nobre de mulher, que se condoeu da minha incompreensão e tem procurado me corrigir e ensinar. Disse-me ela que é cedendo que a gente ganha e que só com a humildade e o trabalho podemos conseguir o que mais sonhamos. Disse-me que me trouxe até aqui por ser este pronto-socorro instituído para medicar os enfermos. E acrescento, por minha vez, que este aqui é para as enfermidades da alma, que são muito mais profundas e dolorosas!…

Tranquilizou-me, afirmando que possuímos, neste santuário, verdadeiros sacerdotes do dever da caridade e do amor, sustentando-nos o Espírito. Eu tinha horas de calma, dias de revolta e de rancor, mas, aos poucos, fui vencendo e agora sei que ninguém sofre sem merecer. Deus é infinitamente bom e vivemos várias vidas! A minha amiga vai conduzir-me a ensinamentos em outras escolas e disse-me que só poderei voltar aqui quando estiver completamente desprendida dos laços carnais, quando puder auxiliar a todos, indistintamente, e puder fazer o bem àqueles aos quais já fiz sofrer. Afirmou-me a bondosa protetora, a querida Meimei, que esta é a lei divina e que só quem a cumpre integralmente poderá ser feliz. E que somente o nosso coração é aliviado do fel que dele transborda com a prática do sacrifício, da renúncia, da humildade e do perdão.

Seguirei com ela. Irei aonde for preciso.

“Deus lhes pague”, diz a minha protetora.

E eu repito: Deus lhes pague!




Comunicação recebida nela médium Zínia Orsine Pereira, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.

[Conforme disse a comunicante, desencarnou de um parto prematuro e desde então, por ciúme, passou a obsidiar seu marido]



Maria Alves
Francisco Cândido Xavier


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