Relicário de Luz

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Capítulo CII

Tempo e amor


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Qual austero gigante que nos guia,

Furioso e rude e, às vezes, triste e lento,

Passa o tempo, na Terra, como o vento,

Renovando-te a senda, cada dia.


Não desesperes, ante o céu nevoento,

Nem te abatas na estrada escura e fria,

Nascerão novas flores de alegria

Onde há charcos de angústia e sofrimento.


O templo, o lar, a fonte, a flor e o ninho…

Tudo o tempo transforma, de mansinho,

Alterando-se em luz, penumbra e treva!


Guarda, porém, o amor puro e esplendente,

Que o nosso amor, agora e eternamente,

É o tesouro que o tempo nunca leva…




João Coutinho
Francisco Cândido Xavier


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