Relicário de Luz

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Capítulo XVII

De irmã para irmã


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Minha amiga: Que a mão de Jesus nos guie para a vitória.

Minha palavra singela se ergue para saudar-te. É a reafirmação da esperança em nosso triunfo espiritual.

Sigamos, ao sol do amor de nosso Divino Mestre, vencendo os óbices do caminho. E haverá bastante luz em nossa fé para as realizações que nos cabem atingir.

O lar, minha querida, com os seus cuidados, é a sementeira da glória. Glória do sacrifício, esplendor que nasce da cruz.

E o mundo, com as suas lutas, agigantadas e ásperas, é a sublime lavoura, em que nos compete exercer o dom de compreender e servir.

Com alguns, aprendemos o que seja amparar a muitos.

Com as flores do coração, habilitamo-nos a suportar os espinheiros da estrada maior, transformando-os em roseirais de harmonia e beleza.

Se o cansaço nos requisita ao repouso, recorramos à prece e prossigamos trabalhando.

Se a dor nós visita o campo íntimo, convertamo-la em fator de alegria, transubstanciando-a em caridade para os que sofrem mais que nós mesmos.

Capacita-te de que nunca estamos sozinhas. Pela oração, Jesus vive conosco. Por essa escada de bênçãos, rogamos e recebemos, morando na Terra e no Céu.

À claridade da prece, tudo se transforma, em torno de nossos passos. O sofrimento passa a ser purificação, como a noite é a promessa do dia. A saudade ergue-se à condição de esperança, porque tudo é sublimidade e alegria da proteção celestial.

Quando na Espiritualidade Superior, estudamos a longa senda a percorrer e prometemos fidelidade às próprias obrigações; mas, no mundo, a neblina da ilusão, quase sempre, obscurece-nos o olhar e a nossa visão sofre obstáculos, cuja intensidade e extensão não somos capazes de prever.

Recebamos os percalços da jornada, por benéficos desafios. Desafios que devemos aceitar valorosamente, de modo a não perder o nosso ensejo de elevação.

Sei que trazes na alma a luz acesa da fé, mas não ignoramos também a ventania que sopra forte sobre a chama dos nossos mais puros ideais.

Preservemos a flama de nossas promessas ao Cristo e vivamos servindo ao Senhor que nunca menosprezou as nossas necessidades, honrando-o na pessoa do nosso próximo menos feliz.

Na Obra do Evangelho, a tarefa cumprida gera novas tarefas que nos aguardam a paciência e a dedicação.

Não esperemos assim, da atualidade, quando apenas começamos o nosso esforço de redenção, o descanso que o mundo realmente ainda não possui para nos dar.

Doemos todas as nossas possibilidades na seara do Eterno e Divino Benfeitor. Cada irmão do caminho, cada criatura de nossa romagem, constituem oportunidades que Jesus nos concede para a restruturação dos nossos destinos. Saibamos aproveitar, assim, todos os tropeços como experiências abençoadas e todas as experiências como lições que objetivam o nosso aperfeiçoamento.

Minha querida amiga, estamos sempre juntas. No lar e no santuário de nossas edificações espirituais, na dificuldade e na dor, na facilidade e na alegria.

Mais tarde, quando o dia do “agora” estiver terminado, quando o crepúsculo de paz descer sobre a nossa estrada, então veremos, unidas, a excelsitude do passado, a graça do presente e a ventura do porvir…

Que o nosso Divino Mestre te acalente todos os sonhos sublimes, materializando-os no espaço e no tempo, para que a paz seja a coroa a fulgir sobre a tua fronte.

E, com o meu reconhecimento de todos os dias, pelo carinho que cultivas em meu coração agradecido e feliz, beija-te as mãos abnegadas, a tua




Ecleia
Francisco Cândido Xavier


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