Relicário de Luz

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Capítulo XXIV

Alegria


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Não olvides que o mundo é um palácio de alegria onde a Bondade do Senhor se expressa jubilosa.

O sol desce sobre o pântano em sublime exaltação de luz. A flor endereça ao firmamento permanente mensagem de perfume. O vento que toca a essência das árvores é um cântico de ninar…

A fonte corre sobre a areia e desliza sobre o pedregulho com a serenidade de quem exerce um divino mandato; a semente vence a sombra da cova fria, convertendo-se em lavoura de esperança; e a espiga madura sofre o processo de trituração com a digna humildade de quem se vê feliz no enriquecimento da mesa…

Não te esqueças, assim, de que a alegria é o nosso dever primordial, no desempenho de todos os deveres que a vida nos assinala.

Se trabalhas, sê contente na obrigação que te engrandece e renova, para que o estímulo reine em torno de teus passos; se repousas, que o teu pensamento vibre a felicidade da alma fiel ao bem, para que a tua atmosfera mental seja ninho de bênçãos.

Se sofres, sê otimista com a esperança; se lutas, não percas a lâmpada milagrosa da fé viva que te clareia a senda para a vanguarda da luz!

Se falham teus sonhos de estabilidade na Terra, usa a paciência construtiva que te reserva bênçãos maiores do amanhã que desconheces; se tudo é desequilíbrio e flagelação ao teu lado, sê feliz com a tua esperança a irradiar-se em orações silenciosas de compreensão e de amor.

Deus legou-nos a alegria por divina herança no mundo.

Trabalha, procurando-a e, hoje mesmo, o nevoeiro da amargura dissipar-se-á em teu caminho, porque pela graça do serviço de nossos semelhantes, a alegria nascerá dentro de nós mesmos, transformando-se em estrela divina a fulgurar imorredoura em nosso próprio coração.




José de Castro
Francisco Cândido Xavier


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