Relicário de Luz
Versão para cópiaCapítulo XCIV
Alma e corpo
Disse a Alma, chorando, ao Corpo aflito: — Por que me prendes, triste barro escuro, Se busco o Espaço imenso, se procuro O império resplendente do Infinito? Por que me deste a dor por sambenito No caminho terrestre áspero e duro? Por que me algemas a sinistro muro, O coração cansada, ermo e proscrito? Mas o Corpo exclamou: — Cala-te e ama! Eu sou, na Terra, a cruz de cinza e lama Que te serve de ninho, templo e grade… Mas dos meus braços partirás, um dia, Para a glória celeste da alegria, Nos castelos de luz da eternidade!… |
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