Relicário de Luz

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Capítulo XCVIII

Bendize


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Feliz de ti se choras e bendizes

A angústia que te oprime e dilacera,

Guardando a luz da fé, viva e sincera,

No coração marcado a cicatrizes!


Ditosa a crença que não desespera

No turbilhão das horas infelizes,

Entrelaçando as fúlgidas raízes

No País da Divina Primavera!


Suporta a sombra que precede a aurora,

Louva a pedrada que nos aprimora,

Trabalha e espera ao temporal violento!…


E, um dia, sem a carne em que te abrasas,

Remontarás ao Céu com as próprias asas,

Purificadas pelo sofrimento.




Auta de Souza
Francisco Cândido Xavier


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