Retratos da Vida

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Capítulo X

Desencontros de amor


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Você deseja noções,

Meu caro Luiz Heitor,

De como se vê no Além

Os desencontros de amor.


Vejo agora que você

Tocando nessa questão,

Anota como se deve

A Lei da Reencarnação.


Se o estudo sobre a Terra

Fosse a luz de toda gente

A vida de cada um

Surgiria diferente.


Muitos renascem no corpo

Para renúncia e serviço,

Mas depois, passada a infância

Não querem nada com isso.


Principalmente em matéria

Do amor que salva e ilumina,

Quando se perde a cabeça,

Lá se vai a disciplina.


Se nos amássemos todos,

Segundo o amor de Jesus,

Tudo seria na Terra

Bondade, alegria e luz.


O amor, no entanto, entre os homens,

Tem força de correnteza

E o sexo lembra um rio

Que precisa de represa.


Se uma afeição de outras vidas

Vem, de novo, ao nosso olhar,

A condição em que esteja

É uma lei a respeitar.


Pode-se amar a pessoa

Em bases de estima e fé,

Como se guarda uma flor

Que não se arranca do pé.


Mas muita gente no teste,

Reencontrando um ser amado

Desgoverna-se de todo,

E deixa o dever de lado.


Se a criatura cai nisso,

Olvida o senso comum,

Menospreza o compromisso,

Não aceita aviso algum.


Abandonado o programa

Que se trouxe ao renascer

Os males que surgirão

Ninguém consegue prever.


É muito amigo da vida

Procurando o próprio azar,

Há muito drama no mundo

Que precisamos lembrar:


Maricota matou João

E deu-se ao Natividade,

Mas João hoje é filho dela

Sem justa necessidade.


Carolino suicidou-se

Largado por Florisbela,

Que não pode ser de Antônio

Por ver o morto atrás dela.


Antero morreu por Joana

Pois Joana deu-se ao Benfica,

Antero voltou aos dois

É o filho que os crucifica.


Quitéria arrasou Belinha

Para dar-se ao Gil Cascudo,

A vítima renasceu…

É a filha que a fere em tudo.


Cervino acabou com Cláudio

Conquistando Dona Elisa,

Mas o morto regressou…

É o filho que os escraviza.


O triângulo afetivo

Que não se forma, a contento,

Termina sempre na vida

Em trio de sofrimento.


Se você gosta de alguém,

Mas já não está sozinho,

Cultive o amor dos irmãos,

Não complique seu caminho.


Você faça o que quiser,

Liberdade é cousa santa,

Mas não se esqueça, meu caro:

Cada qual colhe o que planta.


Se você apenas luta

Por desejo e tentação,

Separação não se entende,

Divórcio não tem razão.


Cumpra o dever que abraçou

Alegre, forte, sereno,

O sexo com remorso

É melado com veneno.


Recorde o antigo provérbio

De valor singelo e raro:

— “Quem a paca cara compra,

Pagará a paca caro.”




Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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