Sementeira de Luz

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Capítulo CXXXIV

O novo livro de André Luiz

26|01|1944


Meus caros filhos, que Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita paz aos corações.

Venho à nossa visita semanal, no que se refere à letra, considerada a circunstância de que nos achamos juntos quase todos os dias pelos sagrados laços espirituais.

Ainda sobre , meu caro Rômulo, as teses são as mais complexas, os assuntos, mais palpitantes. É um mundo novo, creia, para a responsabilidade individual. Esse esforço foi muito estudado antes da organização que se alcança agora. Precisava-se de um nome impessoal, sem filiação a grupos preestabelecidos, que pudesse trazer semelhantes observações de caráter universalista. E, felizmente, atinge-se, presentemente, o objetivo. A maior dificuldade dos que ensinam o Evangelho funda-se justamente na necessidade de dinamização do conhecimento. A luz espiritual que cerca a lição gloriosa do Cristo exige visão espiritual também avançada e daí a elaboração de planos educativos que operem a transformação dessa claridade, de modo que atinja os olhos do homem comum sem que a mesma perca a pureza fundamental. Está certo que se pregue a verdade, que se concite o homem à procura do reino de Deus, que se convoque a ciência ao sublime concerto, mas é preciso também que se organize demonstrações instrutivas, roteiros adequados e sugestões que se liguem às experiências do campo humano. Talvez que o trabalho de André Luiz não encontre uma compreensão generalizada no momento, mas podem acreditar que para a educação espiritual do indivíduo encarnado esse esforço apresenta ilações muito graves pela exatidão dos conceitos a que chegou o mensageiro, aproveitando todas as possibilidades de simplificação ao seu alcance. Vivemos numa época — a humanidade desencarnada e corporificada no mundo —, de grandes revelações interiores. Não mais a atitude de quem espera os carros celestiais em pleno céu, mas o entendimento de quem vislumbra uma nova claridade no céu do pensamento. É razoável que continuem as atividades propriamente particularistas do Espiritismo em geral, entretanto, falando-se desapaixonadamente, é imprescindível abrir as portas de uma nova oficina aos esforços da fé, de maneira que um movimento tão grande não imite o curso de determinados núcleos doutrinários em matéria de fé. Que valeria ao homem ouvir os Espíritos que caminham para Deus, sem caminhar, por sua vez? Que proveito teriam as “boas novas” desaproveitadas? Não seria erro grave chamar a si o Plano Superior para que este regresse ao cultivo da inferioridade? Infelizmente, numerosos departamentos se entregaram a posições menos proveitosas. É indispensável varrer, varrer algumas nuvens e, sobretudo, chamar os companheiros ao mundo de si mesmos. A responsabilidade é nota obrigatória em todos os serviços novos. Não se pode prosseguir sem ela, nem mesmo nos serviços da bondade. Jesus não a desprezou momento algum! O Mestre não é somente grande e sublime pelo que fez, mas também pelo que deixou de fazer, atendendo à responsabilidade de sua divina missão.

O trabalho novo especifica muito bem esses problemas aparentemente singelos. Pouco a pouco, despertará o homem para assenhorear-se de si próprio e os espiritistas, transformados em cristãos novos, deveriam formar na retaguarda dessa posse justa. Esperemos os efeitos e guardemos o florão do ensinamento no mundo que nos é particular. Temos, Maria, auxiliado ao Clóvis, como nos é possível. Ainda agora aqui se encontra a sua avó Júlia, que afirma o carinho de sempre por vocês e notifica estar trabalhando por ele também. A prova de nossa bondosa Aurélia, sobretudo, tem sido bastante forte, mas estamos confiados no Divino Poder. O Senhor não confere trabalhos mais expressivos aos Espíritos sem expressão e estamos convictos de que ela não se entregará ao desânimo, em falsa apreciação da sua dor. Longos testemunhos denotam longas possibilidades, grandes tentações falam de grande capacidade espiritual para a resistência. Lutemos, esperando em Cristo. O auxílio divino não é uma ficção. Tenho estimado o novo esforço de Wanda e Roberto nos serviços. Vão muito bem, começando tão cedo. O espírito de organização e previdência é base de felicidade certa. Espero em Jesus que o Roberto consolide, cada vez mais, os elementos da saúde física para a continuação da luta no aprendizado necessário à vida e à tarefa confiada a cada um de nós. Não se descuidem vocês dos elementos preventivos contra os surtos de gripe. É bom usar os medicamentos amigos da homeopatia, embora não haja sintomas. A preparação ajuda sempre, por muito confiantes que estejamos em nossa defesa própria. Vocês poderão reiniciar o culto evangélico quando julgarem oportuno. Será muito útil retomar os nossos estudos.

E agora, meus filhos, boa noite! Guardem minha amizade de sempre! Pedindo a Deus para vocês a saúde, a paz e a luz divina, abraça-os com muito afeto o papai e vovô muito amigo.




Nota da organizadora: Refere-se ao livro Os Mensageiros.

Nota da organizadora: Eu e Roberto começamos a trabalhar como estagiários no escritório da Fazenda.



A. Joviano
Francisco Cândido Xavier


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