14|02|1945

Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita paz aos corações.

Escrevo-lhes, meu caro Rômulo, para assinalar as suas melhoras e desejar boa viagem ao Roberto. O resfriado, meu filho, foi violento, mas não se impressione. Estimo sua atitude de libertação íntima, ainda mesmo em face das circunstâncias orgânicas mais difíceis. Creia que isto é uma riqueza espiritual de elevada expressão. A chuva prolongada modificou seus hábitos no decurso de várias semanas. Não foi possível oferecer aos campos celulares o ensejo de suor a que você os habituou desde longo tempo. Daí procedeu o choque orgânico, que se caracterizou expressivamente no sistema nervoso, de maneira geral. Graças a Deus, porém, a sua posição vai melhorando gradativamente. O receitista fará indicações para que você não perca a oportunidade de medicar-se na viagem de serviço que pretende efetuar.

Prossigamos confiantes e otimistas. Quem não conhece o desânimo interior caminha com mais facilidade para o êxito. O desalento é sempre uma pedra de lamentação, que acentua as lutas daqueles que lhe concedem guarida no campo espiritual.

Quanto a você, meu caro Roberto, vá com serenidade e confiança. Estaremos juntos para a prova. É verdade que não lhe darei a “cola”, mas em quaisquer circunstâncias. Vá e não se desanime. Dê asas ao seu próprio valor e confie em Deus, e em você mesmo. Em todas as épocas de nossas experiências devemos ser defrontados pelos obstáculos. A luta é um incentivo santo para a humanidade inteira. Os atletas das realizações espirituais devem habituar-se a muitos exercícios na “barra das dificuldades”. Somente nesse campo de treinamento efetivo é possível recolher os valores da virtude e da edificação íntima. Seja cada prova, por mais difícil, um estímulo novo para o seu coração. Guarde sua calma, confiança serena e ardente. Que Jesus o abençoe.

E desejando-lhes uma noite estrelada de paz e alegrias íntimas, deixo-lhes as minhas saudações afetuosas, com um abraço de amigo, de pai e avô muito grato,