Sementeira de Luz

Versão para cópia
Capítulo XLI

Nota afetuosa

20|03|1940


Meus caros filhos, Deus proteja a vocês, abençoando-lhes o lar e o coração.

Aqui estou. A visita é sempre a mesma nota afetuosa de sempre. Sim, que a ventura de nos reencontrarmos é sempre uma claridade branda de doce alegria no mais íntimo do coração.

Use os remédios aconselhados, minha bondosa filha, e verá que, com a permissão de Jesus, você se sentirá mais forte. É, de fato, um resfriado, que se faz igualmente acompanhar de outras pequeninas perturbações que passarão com a prática dos conselhos indicados agora.

Quanto a você, Rômulo, acho-o melhor e mais forte. Depois quero ver se conseguirei indicar a você um bom remédio contra a facilidade de se resfriar. Será um preventivo. O nosso amigo receitista está dando uns passes em Maria e espero em Deus que isso passará depressa.

Peço-lhes dizer a Roberto e à Wanda que desejo a ambos o melhor êxito no ano entrante. Espero que continuem com os mesmos esforços de sempre, contando certo com a dedicação do Roberto, a fim de que não perca um novo ano. Tenho observado as lutas da Maria no ensino do “francês”, recordando as aulas, e rogo-lhes dizerem ao neto de minha esperança no seu bom aproveitamento quanto às lições maternas. Conservo a mesma confiança constante em ambos, não me cansando de pedir a Jesus que os abençoe e proteja em todas as ocasiões da vida, como se faz necessário.

Hoje, filhos, muito nos temos recordado de Jesus, em face da vibração dos sentimentos gerais nas esferas mais próximas da Terra, na lembrança de seus exemplos de fortaleza, de ânimo, de amor e de resignação. Em tais reminiscências, costumamos nos reunir igualmente nas afinidades dos sentimentos amigos e nessas reuniões sacrossantas recebemos profundas mensagens dos planos espirituais mais elevados, apenas com a diferença de que, para a sua recepção, não precisamos de um médium particular, mas sim da união de todos os pensamentos e ideias para a concretização dos elevados fins a que nos propomos atingir.

Com a graça divina, recebemos em nosso meio a palavra de Célia, cuja grandeza espiritual tem a mesma nota de amor que aquela que experimentam no ambiente humano, quando de nossos reencontros pelo intercâmbio espiritual. Sua palavra amorosa e lúcida nos fala que, em face dos desvairamentos humanos, Jesus ainda deve estar para nós todos como naquela hora amargurada de Getsêmani, em que o seu suor era mesclado de sangue, dentro da agonia íntima que lhe devorava o coração magnânimo e misericordioso.

A verdade é que sentimos o seu ideal humilhado em cada homem que tomba e em cada coração materno que chora. Sim, a palavra de Célia está cheia de sabedoria. A data de hoje recorda as sombras das oliveiras de Jerusalém e o mundo também está em pesadas sombras: lembra os discípulos mais amados que dormiram enquanto o Mestre orava e chorava, e os homens da ideia religiosa parecem agora dormir um sono mais profundo. Rememora as exprobrações e as lágrimas do Cristo, e a atualidade é bem aquele quadro em que a sua palavra sagrada e profunda repetia as , ante o desregramento da imensa Jerusalém humana. Célia diz bem: “Jesus continua suando sangue e derramando lágrimas de dor em Getsêmani”. Lembremo-nos dele, filhos, e ao fazê-lo abracemo-nos ainda mais no amor que nos reúne. Unamo-nos na fé, meditando nas luzes do imenso porvir que nos aguarda, no caminho da vida imortal.

Sinto-me feliz, como sempre, e como você está fazendo atualmente, meu caro filho, mergulho também o espírito no estudo do Cristianismo e, não obstante a ausência da carne, sinto que é indispensável a mobilização de minhas energias na renovação do meu aprendizado espiritual.

Boa noite, filhinhos! Deus permaneça com vocês todos. Esse é o voto de sempre do meu coração e a rogativa continuada que faz ao Plano superior por todos vocês,




o Papai.
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 41.
Para visualizar o capítulo 41 completo, clique no botão abaixo:

Ver 41 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?