Sementeira de Luz

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Capítulo LXXV

Sobre Alcíone

30|10|1941


Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, proporcionando-lhes muita paz de espírito.

Volto novamente a assinalar minha visita com a afeição de sempre. O novo trabalho tem-nos trazido grandes consolações. É o que acontece entre vocês, aí no mundo, quando há a possibilidade perfeita de intercâmbio de grandes e sagradas comoções. Recordar é ler no livro das experiências vividas. E como para tudo no mundo existe ciência, a de recordar apenas beneficia àqueles que hão adquirido mais vastos patrimônios da fé.

Rejubilo-me junto de seus corações pela maneira de nossas lembranças. Felizmente, uma grande tranquilidade baixou sobre nós com as bênçãos de Célia. Sempre que me é possível, tenho cooperado nesse serviço da paz e sinto-me feliz por registrar os benefícios causados à Maria. Na narrativa dos padecimentos oriundos da varíola, quando as provas atingiram fase tão aguda para os nossos personagens, tive a satisfação de trazer a vocês nossa “condimentação” fluídica; anestesiando determinadas impressões. Agradeci muito a Jesus essa dádiva, porque o trabalho vai prosseguindo com promissoras perspectivas, visando não apenas o prazer de nossas almas ao contato de vibrações tão profundas e sublimadas, mas igualmente a comunidade dos novos discípulos a quem se destina grande parte dos ensinamentos.

Meus filhos, façamos, ainda uma vez, o propósito de unir nossas preces por Susana, que tem necessidade desses socorros espirituais. O ressentimento une cada vez mais, porém o amor liberta sempre. O egoísmo prende, mas o sentimento fraternal renova as luzes na perfeita emancipação espiritual. Somos almas a aportar numa grande praia de repouso, pela recíproca compreensão, mas quero lembrar as palavras de Célia, em perguntando ao noivo espiritual quantas vezes o barco de nossa existência teria dado sobre os rochedos da discórdia ou do desvio inútil! Quantas vezes teremos perdido ensejos sacrossantos sobre bancos de areia ou nas ilhas desertas e áridas! A vigilância de hoje representa a consequência natural de numerosos sacrifícios e tormentas sem conta no passado escabroso. À nossa frente, desenham-se as linhas do continente imortal, que é o Evangelho aplicado. Antigamente, buscávamos enriquecer patrimônios em uma terra nova. Hoje, porém, estamos buscando a região sagrada, a “terra prometida” do espírito. Jesus é o timoneiro divino. Tenhamos o barco do coração perfeitamente equilibrado. Nem calmarias nos farão estacionar, nem bonanças nos perturbarão. A embarcação com a bússola da fé demanda os objetivos, solidamente, sobre as águas móveis. E sabemos, meus filhos, que não há calmaria mais penosa que o impulso de satisfação ao mundo, nem tempestade mais violenta que os grandes sofrimentos a desabarem sobre o coração. A nau é a existência, ou a experiência, que passa. As velas são as esperanças. As águas móveis simbolizam o mar das opiniões antagônicas e sentimentos contrários da terra em que vocês buscam os valores novos. Confiem o coração ao Timoneiro divino e, somente assim, poderemos chegar à terra maravilhosa pelo seu amor e pela sua luz, entre as claridades sublimes do Infinito. Vibremos, assim, muita paz e harmonia aos nossos companheiros milenários!

Maria, venho procurando observar devidamente as crianças. Espero que o Roberto se refaça em breve e que a Wanda esteja restabelecida em tempo reduzido. Após o fortificante, o receitista aconselhará algum elemento calcificador.

Rômulo, você deve prosseguir com a sua medicação homeopata. Far-lhe-á bem. E você, Maria, sentindo algo nas funções gástricas poderá repetir o Elixir de Pepsina.

E por hoje, filhos, despeço-me, repartindo com ambos o meu abraço muito afetuoso. Que Deus esteja sempre em seus corações, entre paz e bênçãos, são os votos sinceros do




Papai
Francisco Cândido Xavier


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