Sementeira de Paz

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Capítulo LVIII

As horas dedicadas aos amigos

17/09/1947


Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes boa saúde e paz.

São da grande causa espiritual que nos reúne as esperanças e, por isso, embora reconheça os sacrifícios que semelhante intercâmbio impõe de quando em vez, formulo votos para que vocês continuem valorosos, atendendo a esses problemas sempre que lhes for possível.

As visitas honrosas, mesmo sendo de pessoas que se afinam pelos nossos princípios, contudo, são sempre como as árvores preciosas ao pé do lar. Podem produzir muito fruto e oferecer sombra amiga, no entanto, por vezes, perturbam a construção e ameaçam-na. Esse meu pensamento não contradiz os meus votos sinceros para que prossigam à altura desse bom serviço de confraternização. Apenas registro os proveitos e as desvantagens, pedindo a Jesus para que vocês possam vencer galhardamente. Todos os serviços trazem problemas lógicos e inevitáveis. Se as atividades menos dignas entre criaturas menos elevadas se fazem acompanhar de pesadas obrigações, na maioria das vezes, que não dizer das obras do bem, cujo escopo fundamental é a espiritualidade superior? São os percalços da viagem que vão fazendo. Deus os conduza a porto pacífico e seguro.

Estou muito satisfeito por haverem sido felizes nas jornadas últimas. Assinalo a que Wanda vem de terminar para dizer-lhes que estamos cooperando em benefício dos nossos doentes no Rio. Permanecemos atentos ao tratamento do nosso bom amigo General Aurélio e esperamos que as energias se lhe refaçam em breves dias. Nosso esforço de colaboração em Botafogo e no Meyer continua sem alteração. E vocês sabem que os serviços do “lado de cá”, no sistema preventivo, é, na maior parte das ocasiões, muito mais vasto que a ação curativa quando os quadros humanos de tratamento se estabelecem. O desdobramento de nosso concurso nesse sentido, embora oculto, é eficiente e perseverante. A verdade é que estamos sempre interessados em que vocês tenham, aí na Terra, maior número de dias, maior tempo de luta para aproveitamento mais positivo. A fortuna de uma existência dilatada, com elevado ensejo de semear o bem, representa verdadeiro e sólido tesouro que compreendemos com exatidão somente aqui, neste “outro campo”. A esfera em que vocês permanecem é de plantio incessante. Todas as criaturas, ainda as mais ociosas, estão semeando e, com isso, transformando a face do planeta e a estrutura da experiência planetária. Aqui é a zona da colheita farta, e que essa colheita seja para vocês todos rica de bênçãos é o que meu espírito mais deseja.

Muito agradeço a vocês o carinho com que me recordaram na viagem pelo nordeste mineiro, mormente em Peçanha, onde foram descobrir um amigo de tempos idos. A lembrança de vocês me ecoou docemente na alma, porquanto, em vão, temos buscado socorrer aquele companheiro voluntariamente afastado de grande círculo de amigos. É o caso da semeadura e do celeiro. Agrilhoou o coração e a energia mental com tanta força ao estranho drama de que se fez protagonista central que dificilmente abandonará aquela paisagem que não é a dele. Enfim, toda vez que a mente de vocês se voltar para essa recordação enviem-lhe uma prece. O melhor processo de amparar o faminto que dorme, aparentemente desalentado, não é transportá-lo às costas e sim dar-lhe algo de nosso pão, a fim de que se restaure e caminhe por si próprio. Essa é a valiosa lição que venho aprendendo, com dificuldade, mas com segurança.

Estive presente aos estudos evangélicos de ontem e felicito a vocês pelas imagens obtidas. Levemos para o Cristo o potencial de nossas forças, ofereçamos ao serviço dele na Terra, e em nós mesmos, o que possuamos de mais precioso. Confio em que vocês continuem assim, trabalhando sempre mais na abençoada obra de nossa redenção.

Peço à Providência Divina lhes multiplique os dons de fé viva e otimismo, esperança e bom-ânimo, e abraçando-os muito afetuosamente sou o papai que não os esquece,




Nota da organizadora: sobre o “amigo dos tempos idos” não nos foram dados maiores informes.



A. Joviano
Francisco Cândido Xavier


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