Sementeira de Paz

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Capítulo IX

Mais um vinte e sete mensal

27/02/1946


Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita tranquilidade e saúde.

que passamos em sagrada alegria doméstica. Em nosso templo de oração, rendamos graças, suplicando a Jesus fortaleça, cada vez mais, os laços que nos unem para o serviço de elevação cada vez mais ativa.

Os santos júbilos do lar constituem fontes benditas de inspiração superior e de energias multiplicadas para o trabalho. O campo doméstico é também usina criadora de forças prodigiosas no sustento de realizações para a eternidade. Que vocês sejam sempre felizes, são os nossos votos ardentes, e que todo aniversário da nova união nos sirva de marco luminoso no caminho infinito da vida, é o que pedimos ao Senhor.

Rômulo, ao término de fevereiro corrente agradeço a você e Maria as preces em persistente lembrança com que me auxiliaram no trabalho a que me referi, trabalho que se reporta à nossa tranquilidade em geral. Não preciso minudenciar, no momento, os ângulos do serviço levado a efeito. Bastará dizer-lhes que ambos me prestaram efetivo e real concurso, mormente no desprendimento parcial e provisório do sono. Precisávamos impedir a dilatação da ideia alusiva à sua ida para o Rio, presentemente. Não queremos dizer que isso seja impossível, apenas encarecendo a inoportunidade de tal empreendimento agora. Felizmente, polarizaram-se as forças que requeriam semelhante iniciativa em outros setores e o nosso grande e dedicado amigo General Aurélio compreendeu o assunto, querendo-nos a todos o mesmo bem de cada dia. Era muito importante não feri-lo no movimento. Coração abnegado de pai e admirável caráter de amigo, sua movimentação entusiástica tem sido a mais respeitável em seu favor. Era necessário não agastá-lo, de leve. Dele temos recebido os mais carinhosos protestos e testemunhos vivos de consideração e não podemos dispensar-lhe o concurso decisivo e sincero, como os viajores induzidos à extenuante marcha não podem desprezar a sombra de árvore robusta e acolhedora. Tornava-se, pois, imprescindível modificar o curso do “leme”, porquanto semelhante decisão, assim de afogadilho, sem oportunidades de maior reflexão, por originar-se de autoridades superiores, às quais não nos compete apresentar qualquer ponderação, envolveria a sua saúde física propriamente dita. Desse modo, sentimo-nos mais tranquilos, podendo assim ir construindo mentalmente o futuro.

Valemo-nos dos serviços espirituais deste mês, igualmente, para melhor atender à tarefa de cooperação com você nos passes. Diariamente, em “saindo conosco à noite”, recebia nossa colaboração afetuosa para as suas autoaplicações magnéticas. O efeito sobre o seu sistema circulatório tem sido excelente. Como vê, meu filho, sempre que sentir o desejo de renovar as forças que lhes são próprias ore e procure as reservas espirituais. O conselho não é novo. Em epístola do apóstolo Tiago, essa advertência é clara, quando o discípulo do divino Médico recomenda a prece aos que se sintam doentes. Que Jesus nos multiplique as alegrias de prosseguir unidos no mesmo trabalho de santificação do presente para a redenção do passado e elevação do futuro.

Tenho trabalhado também no setor da compreensão familiar. É terreno mais difícil, por ser mais delicado, mas iremos, pouco a pouco. Que não realizaremos com o otimismo nascido da confiança sincera? Por nós mesmos, pouco ou quase nada conseguiremos, entretanto, nós com Jesus somos fortes e poderosos. Tenhamos fé e prossigamos.

Ao despedir-me, espero que o Senhor lhes encha os caminhos de muitas rosas de felicidade e paz, com saúde e alegria. Em aparecendo dificuldades e sombras, lutas e dores, não suponham que são as rosas portadoras de espinhos. Façam a legítima interpretação da vida e lembrem-se de que, na verdade, são os espinhos os emissários das rosas. Assim, tudo passará em ritmo desejável.

Boa noite para vocês. Com um beijo aos meus netos, abraça-os muito afetuosamente o papai muito reconhecido de sempre,




Nota da organizadora: dia do mês em que se comemorava as bodas nupciais de Rômulo e Maria Joviano, ocorridas em 27 de dezembro de 1923.



A. Joviano
Francisco Cândido Xavier


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