Sentinelas da Alma
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Penso entender-te, coração amigo: Quando o dia flameja E a terra Benfazeja Parece um colo maternal, Trazes contigo a dor inexplicável De quem carrega em si, na alma indisposta, A inquietação do pássaro que arrosta Os flagelos de longo temporal… Atravessaste estradas espinhosas, Duras tribulações de caráter violento, Trechos de desencanto e sofrimento, Veredas de amargor… Não te entregues, no entanto, a lamentos inúteis, A queixa acende fogo em palavras vazias, Mergulhando-te os dias Em desespero arrasador. Ante o barulho das questões humanas, Mesmo nas que te firam a pessoa, Afasta-te do mal, serve e perdoa, Não te prendas às teias do pesar… Recorda: toda nuvem surge e passa, Sob o tempo, em carreira desmedida, Como a dizer que a vida Pede mais esquecer do que lembrar. E hajam crises ou não pelo caminho, Ergue um templo à oração no próprio peito, Resguardando na fé o campo eleito Dos teus sonhos e anseios tais quais são; E reterás contigo o lúcido recanto Da verdade que ampara, eleva e ensina, Encontrando, na paz da Luz Divina, A voz dos Céus no próprio coração. |
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