Somente Amor

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Capítulo IV

Alimento e vida


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Disse Jesus na Terra: “Eu sou o pão da vida”.

E ansiando seguir os passos do Senhor,

Quis ser, de minha parte, a migalha sem nome

De algo que alimentasse a estranha fome

Dos que morrem no mundo à carência de amor.


Indaguei do mentor que me assistia,

Quanto a ideia de que me via presa

E ele apenas me disse: “Se procuras

Nutrir o coração das criaturas,

Ouve as informações da Natureza”.


Interroguei a Terra e a Terra falou calma:

— “Para a manutenção dos seres que acalento

Preciso tolerar enxadas e tratores

E abrir-me em golpes dilaceradores

Sem que ninguém me veja o sofrimento”.


Velho tronco explicou-me: “Vivo ao tempo,

Trabalhando sem perda de minutos,

Renovo o ar, produzo fartamente,

Mas padeço agressões de muita gente,

Sem que eu possa contar meus próprios frutos”.


Entrevistando o Trigo, ei-lo a dizer-me:

— “Devo entregar-me sem explicação

À mó que me constringe e me tritura,

Fazendo-me farinha clara e pura,

Que assegure na mesa o júbilo do pão”.


Em tudo achei no alento para a vida

O extremo sacrifício em constante processo

Plantas gemendo em todos os instantes

E óleo a queimar-se em máquinas gigantes,

Sustentando a energia do progresso.


Reconheci então ser preciso esquecer-me,

Apagar-me ao servir, alegrar-me na dor,

Aprender humildade, amparar sem barulho

E despojar-me, enfim, de todo o humano orgulho

Para ser luz e paz, auxílio e amor.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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