Somente Amor

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Capítulo XV

Súplica da criança


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Senhor!…

Disseram os homens que me queriam tanto, mas ao atingir-lhes a casa, não dialogaram comigo, segundo as minhas necessidades.

Quase todos me ofereceram um berço enfeitado, mas poucos me deram o coração.

Afirmam que devo procurar a felicidade, entretanto, não sei como fazer isso, se os vejo a quase todos sofrendo e rebelando-se por não aceitarem as disciplinas da vida.

Escuto-lhes as lições de paz, contudo, acompanho-lhes as rixas em vista de estarem sempre exigindo o maior quinhão de recursos da Terra.

Recomendam-me buscar a alegria, mas, muitas vezes, observo que está misturado de lágrimas o leite que me estendem.

Erguem palácios para mim, no entanto, entre as paredes dessas mansões coloridas e belas, renovam, a cada dia, reclamações e queixas que não sei compreender, nem registrar.

Explicam que preciso praticar o perdão e, ao mesmo tempo, muitos me mostram como exercitar a vingança.


Senhor!… Que será de mim, neste grande mundo que construíste entre as estrelas, sempre adornado de flores e aquecido de Sol, se os homens me abandonarem?

Faze que eles reconheçam que dependo deles como o fruto depende da árvore. E, tanto quanto seja possível, dize-lhes, Senhor, que terei comigo apenas o que me derem e que posso ser, enquanto estiver aqui, unicamente o que eles são.




Meimei
Francisco Cândido Xavier


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