Em casos de compromisso

Na ação constante e direta,

Mediunidade é serviço

Que quase ninguém aceita.

Mediunidade, em geral,

Nos mais remotos caminhos,

Lembra lindo roseiral

Com rosas cheias de espinhos.

Temos médiuns, a granel,

No entanto, perante o Além,

Só se vê médium fiel

Nas oficinas do bem.

Nasce médium muita gente:

Grandes promessas em bica,

Mas na hora do batente,

É pouca gente que fica.

Médium parado, no fundo,

Com receio de se expor,

Na grande selva do mundo,

É ninho de obsessor.

Na faculdade mais bela,

Médium que não se domina

É caminhão na banguela,

Rolando sem disciplina.

Médium culto e falador

Que esconde o próprio talento,

Mais se parece a tambor

Que soa cheio de vento.

Caso triste sucedeu

Ao médium Juca Pilar,

Nada quis… Depois, morreu

Cansado de descansar.

Tanto falou em maldade

Que a médium Lia, na Mooca,

Perdeu a mediunidade

Em discussão e fofoca.

O médium quase sem falha

É aquele que se faz luz,

Que ama e sofre, mas trabalha

Na elevação com Jesus.