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Capítulo XVI

Estudos ante a hora da morte


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Não te inclines ao suicídio

Que só por si é doença;

A morte virá sem falta,

Mais veloz do que se pensa.

Arnold Souza

Na morte, se nos revela

A revisão do dever,

Por isso é que temos nela

A hora do “vamos ver”.

Jaks Aboab

O recém-desencarnado

Está no próprio desejo,

Fitando, por atacado,

O que fazia a varejo.

Leandro Gomes de Barros

Por força da natureza,

Na hora da despedida,

A mente encontra a visão

De tudo o que fez na vida.

Pedro Silva

A esposa do agonizante

Rezava a “Salve Rainha”,

Mas ele apenas gritava:

— “Aquela morena é minha!…”

Lulu Parola

O morto, de corpo inerte,

Nem sempre está no descanso…

Pede a mente que ele esteja

Fechado para balanço.

Sylvio Fontoura

Disse o tio a João Rosendo:

— “A paz é o que Deus nos quer…”

E João respondeu, morrendo:

— “Só quero pinga e mulher”.

Cornélio Pires

No estado de coma, às vezes,

A alma volve ao próprio centro,

Não vê o que está por fora,

Mas vê o que traz por dentro.

Manoel Serrador

A sofrer desencarnando

O amigo Pinho Ventura

Só se lembrava de filmes

Cortados pela censura.

João Moreira da Silva

Na Terra o último ato,

Que se chama “despedida”,

É a morte a tirar retrato

Do quanto se fez na vida.

Auta de Souza


Arnold Souza
Francisco Cândido Xavier


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