Amar e Servir

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CAPÍTULO 5

INVERNO

Ouço, meu filho, as vozes inarticuladas da tu´alma. Sentes a chegada do inverno corporal e o frio estranho que te invade, manso e persistente, os membros lassos. E pensas no meu amor, que te assiste e te espera. .

Não umedeças de lágrimas o tempo.

Deixa que a branda aragem das horas esparja sobre os teus últimos dias o aroma suave da paciência e da bondade. E que a serena alegria do termo do trabalho, no crepúsculo da lida, te venha afagar e renovar o ânimo abatido.

A primavera é linda e promissora, na festa maravilhosa do noivado da vida.

O verão é divina sinfonia de capacidade e de força, nos auges da frutificação realizadora.

A doçura do outono é reconfortante carícia de fecundidade madura e sublimal.

Mas o inverno, meu filho, costuma velar a beleza sagrada da vida no evanescente nevoeiro de suas vestes geladas, porque é tempo de recolhimento e recomposição de energias, tempo silencioso de preparo e de espera, para que a existência, depois de renovada, rebente de novo as suas florações, em nova primavera de galas fulgurantes.

O inverno é a noite da vida, e é no seu divino regaço, enluarado de paz e marchetado das estrelas da esperança, que a alma cansada se apresta para a jornada de regresso aos seus pagos de amor.

Espera e crê, meu filho.

O tempo é um rio que corre para a eternidade, no seu fluir incessante, plácido, feliz.


Letícia




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