Tempo e Amor

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Capítulo XII

Campos

Campos! ao recordar-te, inflama-me o peito,

E embora se me apague o cântico sem lira,

Rogo a Deus te abençoe a terra em que se mira

A vida de teu povo iluminado e eleito!


Respiro-te o perfume!… A saudade suspira!…

E contemplo outra vez no sonho em que me enfeito,

O rio, o engenho, o arado, a floração no eito

E os verdes canaviais, sob os céus de safira.


Relembrando-te em prece enternecida e grata

Os dias de ouro e azul entre as noites de prata,

Beijo-te o solo em flor por tudo o que ele encerra!…


Campos! Vejo-te agora, ao brilho do amor puro,

Por estrela de Deus indicando o futuro,

Talhada no Brasil para a Glória da Terra!…

Azevedo Cruz

ANOTAÇÕES


1 — Este soneto do Príncipe dos Poetas Campistas foi psicografado em sessão pública, na Escola Jesus Cristo, em Campos, RJ, na manhã de domingo 22 de janeiro de 1967, após um período de dez dias de repouso de Chico em Atafona, no lar de Clovis-Hilda Tavares. Nessa manhã dominical veio trazer seu abraço de despedida aos seus velhos e novos amigos da Escola Jesus Cristo. Só mais tarde é que, relendo , obra do poeta, verifiquei que a data de 22 de janeiro recordava a desencarnação — o que vale dizer, a libertação espiritual do Poeta, a 22 de janeiro de 1905. (Clovis T.)

2 — Azevedo Cruz — João Antônio de Azevedo Cruz nasceu na freguesia de Santa Rita da Lagoa de Cima, Município de Campos, RJ, a 22 de julho de 1870. Joaquim Antônio de Azevedo Cruz e Constantina Cruz foram seus pais. Estudou em Campos, primeiramente no Colégio Cornélio, do Prof. Cornélio Bastos, e depois no Liceu de Humanidades de Campos. Iniciou seus estudos jurídicos no Rio de Janeiro, mas recebeu grau de Bacharel na Faculdade de Direito de São Paulo. Colaborou amplamente na imprensa de Campos (, , etc.), bem como em vários jornais e revistas de Niterói, São Paulo e Rio de Janeiro. Para teatro escreveu duas revistas: “Benta Pereira” e “Terra da Goiabada”. Foi deputado à Assembleia Legislativa do Estado do Rio. Entre outros trabalhos seus; destaca-se Sonho, sua grande obra poética. Desencarnou a 22 de janeiro de 1905 em Friburgo. É considerado o Príncipe dos Poetas Campistas.

Ocioso declarar que o soneto mediúnico “Campos” retrata o estilo e as peculiaridades do grande poeta de “Amantia Verba”, que se identifica ainda, em seu estro admirável, pelo grande amor que sempre dedicou à terra natal e à sua querida gente campista.


Clovis Tavares


Azevedo Cruz
Francisco Cândido Xavier


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