Venceram
Versão para cópiaJoão Luiz Palatinus
Vinte e seis anos, Técnico de Administração, filho de João Palatinus e de Elisabeth Kolya Palatinus. Casado com Mara Lílian Batista Palatinus.
DEPOIMENTO
D. Elisabeth, sete anos após a partida do João Luiz, para o Mais Além, como se sente a senhora?
“Devo muito à Providência Divina que me permitiu encontrar a Doutrina Espírita e Chico Xavier.
As mensagens que o muito querido Chico recebeu de meu filho João Luiz trouxeram-me ao coração de mãe um grande conforto e me fizeram compreender que a Vida não termina aqui na Terra.
Hoje, graças a Deus, a Chico Xavier e a meu filho, sinto-me diferente, com mais fé, mais confiança, sabendo que um dia todos nós nos reencontraremos no Plano Espiritual.
Minha fé na sobrevivência do Espírito é, hoje, inabalável e já vejo as coisas de outro prisma; voltamos a ter alegria em casa e consigo transmitir às muitas mães que me procuram, por terem lido as cartas mediúnicas do João Luiz, um pouco de paz e um novo alento para a Vida.”
Querida mamãe, abençoe seu filho.
Este é um pouso de paz no caminho. Sinto-me ao seu lado e imagino-me em seu colo. Estou criança outra vez, mãezinha! Cante para mim para que o sono de outro tempo seja aquele da meninice em que despertava para ouvir o seu carinho em palavras de amor.
Mãezinha, estou bem. Nosso encontro é uma bênção. Calmante da alma. Não sei dizer quanto a amo!
Muito grato a todos os que me ajudaram, no entanto, Deus a recompense por suas lágrimas, por suas lembranças, por suas dores, por seus pensamentos. Graças a Deus, o seu pranto agora é uma fonte de esperança.
Mãezinha, você e Cristina, comigo, esqueçam toda prova. Benditos os instantes em que a tempestade de sofrimento nos purifica os corações. A vida na Terra é uma escola. Há quem penetre nesses cursos de aprendizado e há quem saia para tomar instrução em outros graus.
Sinceramente, não sei como dizer que tudo aconteceu de improviso, com a minha retirada do corpo em processo de violência.
Agitei-me, através de movimentos impensados e vidros se partiram… Caí, caí, tão de repente, num vácuo, que não tive tempo de perceber.
Mamãe, perdoe-me. E nesta hora em que nos lembramos de Jesus, rogo para que a companheira não seja considerada em culpa.
Mara é uma filha de Deus, qual me acontece. Às vezes, discutíamos, inexperiências de casal jovem que precisava se ajustar. Estava cansado, mãezinha. O Banco, fim do ano, a vizinhança do Natal e os serviços de muito esforço na mente.
Oh! Deus de Bondade, porque nos desgastamos tanto se podemos economizar as próprias forças!…
Cheguei em casa fatigado… É verdade, mamãe, seu filho estava excitado, nervoso… Ao desinibir-me, falando alto e sem calcular meus gestos, deu-se a ocorrência, mas tudo passou.
Ainda me vejo sob certa exaustão. Não compreendo com segurança o que me ensinaram e nem consigo concatenar os meus pensamentos para assimilar tudo o que aprendo.
Entretanto, mãezinha, estou melhorando com as suas melhoras, fortalecendo-me com o seu encorajamento. Graças a Deus, não fiz mal a ninguém e de ninguém posso me queixar.
Se sofremos sem fazer que outros sofram, estamos com Cristo que sofreu para que os outros se livrassem do sofrimento. E nesses “os outros” estamos nós, mãezinha querida, a quem Ele, o nosso Eterno Amigo auxilia incessantemente.
Mãezinha, beije a irmãzinha por mim e receba o coração de seu filho.
Ore por mim. Ore por meu pai e sigamos agora trabalhando pelos que ainda não podem trabalhar ou ainda não entenderam a felicidade de servir. Tenho muitos amigos aqui e, em breve, estarei nas condições precisas para tudo definir com mais clareza o que sinto.
Não posso escrever mais. Se minhas lágrimas de gratidão puderem falar, escute-as querida mamãe, porque por elas você compreenderá que estamos juntos. O irmão Luiz e o nosso querido tio João me auxiliam aqui.
Guarde, mãezinha, o coração muito reconhecido e encerrado, como sempre, no carinho total de seu filho
18 de Maio de 1975.
Querida mãezinha, Deus nos fortaleça.
Estou melhor, mais sereno. Venho com a devida permissão rogar a sua calma diante da vida. Mamãe, os problemas do mundo são lições. Somos, todos, apontamentos de ensino de uns para os outros.
Provação, hoje, a meu ver, é uma das bênçãos maiores.
E, regressando ao nosso lar espiritual, é que, pouco a pouco, vamos refazendo o discernimento próprio. Agora, vou compreendendo. A queda do alto e a luta consequente estavam marcados pelo “antes do berço”, para que funcionassem por luz no caminho “depois da existência material”.
Abençoemos todos os instrumentos de inquietação, fatores de trabalho redentor em nossas almas, porquanto de semelhantes recursos é que recolhemos o auxílio mais eficiente ao nosso progresso.
Dia 18 se aproxima no Dezembro novo. E, peço a Deus para que o seu carinho esteja iluminado pelas melhores consolações da vida. Quanto possível, selecionemos as nossas lembranças para conservar somente aquelas que nos possam renovar as forças para as alegrias da Vida Imperecível.
Rogo a Deus igualmente por nossa Mara, a fim de que ela se faça sempre feliz.
No mundo, às vezes, os nossos conflitos se ampliam com o entrechoque das lições uns dos outros, mas, no fundo, querida mamãe, somos todos companheiros, procurando a elevação e, de mais alto, é possível enxergar melhor as situações para a justa penetração dos problemas e das coisas.
Mara é nossa irmã e companheira de esperança, diante de Deus. Estejamos gratos à Providência Divina pela felicidade da compreensão em que nos reconhecemos sempre mais unidos.
Nossa Cristina está em meu coração como sempre. Um aniversário a mais e uma alegria mais ampla pela vitória no tempo. À querida irmã, os parabéns fraternos com que a vejo emergindo das nossas dificuldades para recuperar a tranquilidade que nos antecedia a transitória separação. As lutas cedem lugar à paz e a paz é o triunfo com Deus.
Espero que o nosso irmão Octavio seja um irmão no lugar que deixei, apoiando-nos na caminhada para diante.
Sabemos, mamãe querida, que não se pode prever essa ou aquela ocorrência perante o futuro. Mas, de qualquer maneira, nosso caro Octavio é um amigo e, nessa condição, poderemos tê-lo sempre conosco, suavizando a tela de nossos obstáculos construtivos, amparando-nos os corações na execução de nossas tarefas.
E a vida se desdobra. Ontem, aflição e pranto. Hoje, porém, a esperança e a alegria renascem de nossas saudades como luz na sombra do alvorecer, anunciando paz e reencontro.
Mãezinha, venho com o tio João e com o vovô Palatinus e todos nos rejubilamos com os patrimônios de fé viva que o seu carinho vai entesourando. Confiemos em Jesus, querida mãezinha e esperemos o melhor.
Aqui, as aulas de renovação se fazem constantes para seu filho. A contabilidade nova me ensina quantas bênçãos temos recebido e, por isto mesmo, vou aprendendo a descartar nuvens e a dissipá-las no calor da oração. Que Deus nos abençoe e nos sustente na estrada a percorrer são os meus votos. Rogo a bênção de Jesus para meu pai.
E, reunindo o seu coração querido com a nossa querida Cristina em meu abraço afetuoso, beija-lhe a face querida o filho do coração, sempre em seu coração,
15 de novembro de 1975.
Querida mãezinha Elisabeth, Deus nos fortaleça.
Estas palavras rápidas se destinam a assegurar-lhe o continuísmo de nossa presença, mãezinha.
Cristina e Octavio estão a seu lado, encorajando-a. Estamos tranquilos.
Temos aqui um amigo, o médico Dr. Octavio, que vem medicando as suas forças. Peço a sua fé constante em Deus.
Sobre o problema de documentários, tranquilize o seu coração e permaneça na altura em que o seu coração sempre esteve. Não se aflija por mim. O que a sua bondade decidir, seu filho aprova sempre. Isso será assim sempre. Quando nossa Mara procurá-la, receba-a com a sua bondade.
Tudo, mamãe, vai passando. Permanecem somente Deus e nós; cada um de nós com o que fez de si mesmo. Agradeço a sua bondade, nos gestos em favor de minha memória.
Com o tio João, peço receba um beijo de seu filho e seu companheiro de lutas, constantemente ao seu lado e em seu coração.
22 de outubro de 1977.
Querida mãezinha Elisabeth, ao seu carinho e ao querido papai, hoje presente em nossa reunião, peço a bênção.
Aos queridos irmãos Octavio e Cristina, o meu abraço, que se estende à nossa querida Maria Carolina.
Mãezinha, peço-lhe transmitir ao papai a sua coragem; compreendo que ele se abateu bastante, com o problema circulatório que atualmente o importuna, porém, o tratamento está muito bem conduzido e, com o amparo de nossos Maiores, tê-lo-emos restabelecido em breves dias.
Naturalmente que as providências e remédios da Medicina valem muito, mas sempre quando estão emoldurados em nossas cautelas e esperanças; conservo a certeza de que ele, o querido papai, saberá transitar nesse campo, com a prudência e com a força de ânimo que sempre lhe caracterizam a vida.
Quero dizer, mãezinha, que o meu avô Luiz está presente e lhe agradece as lembranças. O nosso irmão Guizard está em nossa companhia e promete ao Octavio que prosseguirá zelando pelo Pedro e pela irmã Gizela, que ele não esquece. Estamos todos interligados na mesma onda de carinho e confiança. Entreguemo-nos a Jesus e Jesus, com mais facilidade, se entregará a nós outros na pessoa de seus Mensageiros, conduzindo-nos em rumo certo.
Querida mãezinha, estou grato à sua Poesia de Mãe, enfeitando com tantos pensamentos de carinho e beleza a data de aniversário do meu retrato físico, porque, afinal de contas, chega para nós todos um tempo em que o corpo físico não passa de uma foto esculpida em material terrestre de nossa personalidade que jamais se desintegra.
Graças a Deus, estamos agora servidos por uma fé, que nos escora com segurança, por dentro de nós próprios, e isso representa muito em nossas vivências de hoje.
Formulo votos para que meu pai se restaure tão breve quanto possível, abraço aos queridos irmãos Cristina e Octavio e reúno os pais queridos no coração que lhes pertence, como sempre pertenceu e pertencerá agora e sempre.
15 de Junho de 1979.
Querida mãezinha Elisabeth. Deus nos abençoe.
Estamos felizes como quem assiste à abertura de um grande concerto musical. É o aniversário de Jesus em celebração pelo nosso grupo de corações queridos.
A luz do Natal se derrama sobre nós e, unidos numa só vibração de esperança, rogamos a Deus a paz em favor do mundo inteiro.
Desejo, querida mamãe, agradecer tudo o que vem fazendo pela harmonia do nosso grupo doméstico. Meu pai tem sido objeto de nossos maiores cuidados e confiamos no amparo do Senhor, em auxílio a nós todos.
Quanto à nossa estimada Mara, estou satisfeito com as suas medidas, promovendo o encontro necessário com a nossa querida companheira, hoje, para nós, irmã do coração.
Fiquei feliz ao reconhecer a tranquilidade e a confiança recíproca com que se lhes desenvolve o entendimento. A sua bondade materna verificou que a nossa Mara se acha satisfeita, dentro do ambiente novo de que ela necessitava.
Eu mesmo, querida mamãe, fiz, de minha parte, o possível para que ela se visse encaminhada para uma situação de mais segurança e sinto-me contente ao reconhecer que o seu próprio carinho de mãe conseguia observar a renovação que se verificou no caminho da companheira a quem tanto estimamos.
Aqui, mãezinha Elisabeth, nossos sentimentos se transformam, à vista da amplitude dos novos horizontes que se nos abrem à visão. Não era justo que a companheira permanecesse sozinha, do ponto de vista afetivo e, por isso mesmo, agradeço a Jesus a felicidade na qual podemos agora vê-la solucionando os assuntos em paz — os assuntos que dantes se nos afiguravam problemas intrincados que nos desafiavam o coração. Graças a Deus tudo se harmonizou e esperamos que a paz continue albergando a nós todos.
Cristina e Octavio com a nossa querida Carolina estão em meus votos constantes de felicidade.
A todos os nossos de casa e a todos os amigos que se reúnem a nós pelo coração, desejo um Feliz Natal com multiplicadas bênçãos no Ano Novo de 1980 e sempre. Para o seu coração querido com meu querido pai e todos aqueles que Deus nos confiou ao carinho, um abraço muito saudoso do filho sempre agradecido.
12 de dezembro de 1979.
1 — A irmã. Maria Cristina Palatinus Milliet.
2 — João Luiz era, quando de sua partida, subgerente do Banco Lar Brasileiro.
3 — Refere-se a rusgas domésticas que não tiveram certamente qualquer relação com sua queda acidental.
4 — Luiz Kolya, avô, e João Domenico de Deus, tio, desencarnados, respectivamente, em 1947 e 1964.
5 — Octavio José Milliet, esposo de Maria Cristina cujo aniversário, comemorado no dia seguinte, é lembrado pelo irmão.
6 — Avô, José Palatinus, desencarnado em 1954.
7 — O Dr. Octavio Peres Velasco, médico amigo da família, partiu para o Plano Espiritual em 1974.
8 — Maria Carolina, sobrinha, filha de Octavio e de Cristina.
9 — Avô do cunhado Octavio.
10 — Pedro Guizard Milliet e Gizela Guizard Milliet, irmão e genitora do cunhado Octavio.
11 — Referência às novas núpcias de sua ex-esposa Mara.
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