Vereda de Luz

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Capítulo XIII

Beneficência


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Em verdade, não podemos olvidar, sem dano, a beneficência que ampara o enfermo e alimenta o faminto; entretanto, é imprescindível não esquecer a personalidade, no serviço assistencial em que nos cabe forjar o aprimoramento próprio.

Não a hipertrofia de conforto pessoal que incentive em nós o orgulho desvairado e a desmedida ambição com que pretendemos senhorear os benefícios da Terra, mas aquela caridade da educação a nós mesmos, a fim de que a luz de nossa fé não se reduza à artificiosa chama de palavras.

Realmente, as casas de fraternidade, embora quase sempre em regime de exclusivismo, nunca foram totalmente olvidadas pelos discípulos do Evangelho.

Desde as primitivas organizações apostólicas até hoje, o socorro aos necessitados, sob a inspiração de Jesus, caminha no mundo, passo a passo…

Mas o homem — coluna básica do organismo social — ainda agora, repousa no pó da ignorância e na cinza de pavorosas desilusões.

Tendes o supérfluo e sofreis fome.

Aperfeiçoastes o direito e gemeis sob o cancro da guerra.

Monumentalizastes a cultura e respirais a miséria do espírito.

Intensificastes a comunicação entre os povos, através do noticiário sem fio, e nunca estivestes tão infinitamente separados uns dos outros.

Avançastes no conhecimento científico para a extensão da alegria de viver e permaneceis atolados no desespero e na violência.

Inventastes máquinas de variada espécie que acentuam o conforto da civilização; entretanto, jamais padecestes, como atualmente, tanto tédio no glorioso espetáculo da vida planetária que vos cerca.

É que o homem de hoje, com maiores requintes que o homem de ontem, mais se aconselha com as vísceras que com a própria razão, acelerando, por isso, a corrida de si mesmo para o desencanto e para a morte.

Não nos despreocupemos da caridade que nos induz ao serviço infatigável no Bem, com a renúncia às nossas velhas imperfeições.

Consagremo-nos à beneficência que nos faça melhores, pelo sacrifício de nós mesmos, a benefício de nossos semelhantes.

Distribuamos as vantagens que estejamos detendo, transitoriamente, no mundo, como servidores e usufrutuários dos Bens Divinos, mas não nos esqueçamos de que só o aperfeiçoamento de nossa própria individualidade, com a sublimação de nossos sentimentos, pode soerguer a vida terrestre aos altos níveis que lhe compete atingir.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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