Viagem sem adeus

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Capítulo XV

Prudência e serenidade

Querida mãezinha Therezinha e querido papai Raimundo.

Creio que o amor se alimenta de notícias quando a distância se interpõe entre os que se amam e vendo-lhes a presença com a querida irmãzinha, resolvi escrever-lhes participando que estou feliz, tão feliz como quem acaba de receber uma bênção de Deus.

Compreendo que a saudade é um agente invisível que nos compele a devorar as enormes distâncias espaciais que nos separam e reafirmo-lhes que o filho Claudinho não os esquece.

Sei que tudo isso no amor é atração magnética, no entanto, prefiro pensar que a saudade é uma sede de água pura do amor que é cada vez mais nosso.

Eu tenho saudade dos pais queridos e os pais queridos me respondem com um sentimento igual e o resultado é o encontro em que nos achamos.

Papai Raimundo e querida mamãe Therezinha, agradeço-lhes a paciência com os meus irmãos.

Até que amadureça na árvore da vida, a juventude será assim, agora os mais moços remando os barcos da vida com a imprudência de quem se atira no mar pelo simples prazer de sentir borrifos de água salgada no rosto, mas o tempo virá cooperar conosco e todos os nossos entes queridos estarão mais seguros de si próprios.

Até que essa fase passe, o tempo cobra os tributos necessários, mas o nosso pessoal já apresenta passe para a maturidade. Não duvidemos de que em futuro breve todos estarão reunidos sob a nossa bandeira.

Papai, sei que as lutas dos tempos novos são sempre grandes, mas Deus não nos deixará sem recursos. Trabalhemos com prudência e serenidade e não nos incomodemos de ganhar pouco, de vez que quando o pouco está marcado pela fé em Deus, se transforma prodigiosamente em muito, para as nossas necessidades.

Quero dizer à mamãe Therezinha que o Monsenhor Júlio Matiolli continua a tratar-lhe da saúde.

Mãezinha é uma guerreira que se revela sempre nas grandes horas, amparando-nos e fortalecendo-nos a todos. Que Deus a fortaleça e abençoe.

À nossa Carmem Radige, à nossa Patrícia, o meu abraço de irmão e muitas lembranças para os nossos rapazes. Parece que dizendo aos rapazes, já deixei essa condição, mas a verdade é que ainda sou um deles, pois continuo a esforçar-me para ser o homem corajoso e sensato que preciso ser.

Mãezinha Therezinha e papai Raimundo, recebam os dois os meus melhores pensamentos de amor e gratidão, com as muitas saudades e com imenso carinho do filho sempre reconhecido.


11.04.1987.



Claudinho n
Francisco Cândido Xavier


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