Viagem sem adeus

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Capítulo XXI

Sementes

Mamãe Therezinha, o desencarne é a lei do nosso encarne. Andamos sobre pedras. Pedras que por sua vez estão sobre as águas, sobre o barro, sobre a terra sólida.

Mamãe, sabe quando estamos caminhando sobre as pedras soltas no caminho, somos aquelas sementes soltas à beira da estrada, sujeitos sempre a sermos devorados pelos tropeços diários.

Quando estamos caminhando sobre pedras sólidas e firmes na terra, minha querida, somos então o caminheiro que teve no seu lar e com os familiares o alicerce bendito da fortificação espiritual.

Mãezinha, eu me enquadro nessas pedras, ou melhor eu me enquadro como o caminheiro das pedras sólidas.

Sabe, minha querida, estou agora desenvolvendo grandes qualidades. Grandes, sim, a qualidade da humildade e da falta de preconceitos, eu não as possuía. Eu não sabia o quanto é necessário para a nossa própria libertação a faculdade da humildade.

A humildade, minha querida, é como se caminhássemos por sobre pedras na água, nossos pés descalços magoam-se, porém, o respingar da água fresca nos suaviza as feridas.

Mãezinha, a nossa querida Lika, é a grande mestra da arte da simplicidade e da humildade.

Muitos jovens são seus discípulos, pois com o amor e a caridade de seu coração, sempre tem uma palavra amiga, um sorriso, ou um aperto de mão.

Mãezinha, as pedras nos ensinam muito, muito mesmo. Agora, estou ouvindo o Evangelho, sentado sobre uma pedra, ao meu redor outros jovens fazem o mesmo. Todos sentados em pedras também, e aí o Evangelho está caindo em terreno firme e sólido.

Minha querida mãezinha, caminhar sobre pedras está sendo para mim o maior aprendizado da paciência e humildade, repito. As pedras de hoje são os grãos da areia de ontem, de anos e milênios. É a paciência da espera em solidificar-se. É assim que somos, grãozinhos minúsculos criados pelo amor de Deus e solidificados cada vez mais pela fé.

Aprendemos também a caminhar sobre pedras que, por sua vez, estão sobre o barro mole, e aí é que vamos mostrar o que somos realmente.

Vamos deixando, ao caminhar sobre as pedras, que estão sobre o barro, a nossa marca. Essas marcas ficaram ali firmes para servir de exemplos a novos caminheiros. Aí está enorme responsabilidade.

Tudo aqui, mamãe, é aprendizado bendito de amor e fé maior. As pedras estão em todos os lugares, e eu sei, minha querida, que você compreenderá realmente a mensagem que meu coração, repleto de amor por você a envolve com ternura.

O nosso Marcos Ferreira dos Santos, a nossa Márcia Marilda de Paula, o Alvimar e enfileirando-se a Claudinha, todos caminhamos mais firmemente sobre as nossas pedras, fazemos grandes progressos, digo grandes sem vaidade, pois, a cada equilíbrio novo é uma festa para o, nosso coração.

Mãezinha, minha querida, o meu coração hoje pediu muito para falar com você, assim, ternamente, com muita afeição.

Mãezinha, as preces das mães são para os filhos encarnados ou desencarnados, o maior e mais forte alicerce para o erguimento e a salvação dos corações sofridos, saudosos e inconformados e a maior fonte geradora de harmonia e compreensão para os corações mais abertos. É também o bálsamo benigno para feridas consideradas incuráveis.

Quero, mãezinha, que você me abençoe sempre, abrigando-me em preces de paz que vão solidificando-se em pedras de amparo, pedras sólidas que formam verdadeiras fortalezas de amor.

Muitas lembranças aos irmãos e Jesus os abençoe, e para os meus pais queridos todo o amor do filho, sempre e sempre mais reconhecido,


12.5.1989.



Cláudio n
Francisco Cândido Xavier


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